Ditão, Toquinho, Pepe, Lico, Pio, Lê e Dé
foram jogadores devidamente identificados pelos apelidos no passado, quando não
havia frescura para que fossem chamados pelo nome de registro de nascimento em
cartório. Hoje, são raros os boleiros que permitem identificação que não seja o
nome verdadeiro. Alguns até fazem exigência de nomes compostos, na vã expectativa
de que o tolo apego ao marketing lhes renderão bons frutos.
Ronaldo Francisco Lucato é nome usado em
documentos oficiais e formalidades pelo ex-atacante Lê, que fez sucesso no São
Paulo nos anos 80. Não questionem qual a ligação do monossílabo Lê com o nome.
O que importou para o torcedor são-paulino, com a transferência do atacante
Careca para o Nápoli da Itália, era que o time precisava de um substituto que
não estivesse num plano muito inferior. Por isso o então treinador Pepe fez a
indicação em 1987, com base no rendimento do atleta na temporada anterior,
quando ambos comemoraram o título paulista na Inter de Limeira.
Lê, que em setembro completa 52 anos de idade,
foi um ágil condutor de bola e, consequentemente, difícil de ser marcado. Ele
jogou ainda no Santa Cruz (PE) e Portuguesa, sempre com a versatilidade que possibilitou
aos treinadores escalá-lo em diferentes posições do ataque. Na Inter só foi
efetivado na equipe improvisado como ponteiro-esquerdo. Logo, por ser destro,
não estranhou também o deslocamento à antiga ponta-direita, até no São Paulo.
Convenhamos que o apelido Dé não é
recomendável a qualquer jogador, mas isso não foi obstáculo para que Domingos
Elias Alves Pedro marcasse história no futebol carioca. No Bangu, onde
desabrochou para o futebol, foi chamado apenas por Dé. No Botafogo e Vasco
passaram a chamá-lo de Dé Aranha.
Dé, que em abril passado completou 68 anos de
idade, foi aquele meia-direita à moda antiga que partia com bola dominada sobre
o marcador, com ambição de fintá-lo. Assim, cansou de abastecer o centroavante
Roberto Dinamite nos tempos de Vasco, fato que lhe deu bagagem quando migrou à
função de treinador e na atuação como comentarista de futebol em rádio e
televisão do Rio de Janeiro.
Dé Aranha
jogou ainda no Bonsucesso e Rio Branco do Espírito Santo. Como treinador, de 1985
a 2011m passou por equipes cariocas como América, Botafogo e Vaso.
Mais discreto foi o Dé lateral-esquerdo que se
transferiu da Portuguesa Santista ao Palmeiras décadas passadas. Ele atuou num
período em que jogador que se destacava fora da capital paulista era cobiçado e
contratado.
Por fim, o que leva as pessoas a colocarem
apelido em alguém de Pio? Foi assim que Osmar Alberto Volpe ficou conhecido nos
tempos de Ferroviária de Araraquara, tricampeão do interior paulista de 1967 a
1969, atuando num quinteto ofensivo formado por Passarinho, Leocádio, Téia,
Bazani e Pio.
Incontinente, Pio se transferiu ao Palmeiras,
e se caracterizou como cobrador de faltas, além das jogadas em velocidade pela
ponta-esquerda. Isso se prolongou até 1972, quando o Verdão foi buscar
igualmente em Araraquara outro jogador da posição, com vantagem de mais
agilidade no drible: Elias Ferreira Sobrinho, ou simplesmente Nei, que ganhou a
posição. Sem espaço no Palmeiras, Pio tentou um recomeço da Portuguesa, mas já
não tinha as mesmas credencias.
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