Esse 24 de
junho marcou o segundo ano da morte do treinador de futebol Giba, vítima de
doença rara e grave chamada amiloidose. Ele morreu aos 52 anos de idade, em São
Paulo, desmanchando um projeto de entrar no seleto grupo de comandantes que
dirigem grandes clubes brasileiros.
Enquanto
jogador, Giba também havia projetado carreira longa, mas foi abruptamente
interrompida aos 31 anos de idade quando estava vinculado ao Corinthians em
1993, após se submeter a cirurgia de joelho.
Dispensado pelo
clube, ele acusou o médico Joaquim Grava de inutilizá-lo para o futebol, mas
perdeu o processo na Justiça. Assim, o jeito foi pensar em continuar no futebol
como treinador, e o Paulista de Jundiaí (SP) abriu-lhe as portas em 1996. Quis
o destino que fosse também o último clube em sua carreira, em 2014.
Dos grandes
clubes, Giba comandou o Santos em 1999 e 2000, mas o histórico predominante foi
em clubes pequenos e médios, como Portuguesa, Santa Cruz (PE), Remo (PA) e
Guarani em duas passagens, a última delas em 2011 quando convenceu os jogadores
a continuarem trabalhando normalmente, apesar do atraso de salário de três
meses.
A rigor, foi o
Guarani o clube que serviu para dar um salto na carreira do atleta Antonio
Gilberto Manies em 1984. A princípio teve que ser paciente na reserva de
Ricardo Rocha. Bastou o companheiro ser deslocado à zaga, para formar dupla com
Júlio César, para que lhe fosse aberto espaço como titular. Começava, então, a se
deslanchar a vitoriosa carreira para orgulho dos amigos de Cordeirópolis (SP), a
cidade natal.
O apogeu da
forma física-técnica foi atingido no Corinthians, com inevitáveis comparações a
consagrados laterais-direitos que por lá passaram como Zé Maria e Edson
Abobrão. Se Giba não tinha o vigor físico como marcador, não se pode afirmar
que não correspondia na função. Com a bola nos pés, mesmo não sendo veloz tinha
consciência no apoio ao ataque.
Giba participou
do primeiro título brasileiro conquistado pelo Timão em 16 de dezembro de 1990,
na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, com gol de Tupãzinho. O jogo foi
realizado no Estádio do Morumbi, com público de 100.858 pagantes. O técnico corintiano
era Nelsinho Baptista, e o time formado por Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e
Jacenir; Mário, Wilson Mano e Neto; Fabinho, Tupãzinho e Mauro.
Reflexo de
atuações convincentes resultaram em convocações à Seleção Brasileira, e na
ocasião demonstrava gratidão ao Independente de Limeira e União são João de
Araras, clubes do interior paulista que lhe deram as primeiras oportunidades na
carreira de atleta.
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