segunda-feira, 29 de julho de 2013

Djalma Santos desafiava o tempo


  Simbolicamente se diz que um ente querido que se foi remói o túmulo quando dizem algo desproporcional sobre ele. Nesta linha, se pudesse o lateral-direito Djalma Santos sugeriria que alguém desse uns ‘cascudos’ no demagogo que se atreveu escrever que ‘o mundo ficou mais triste neste 23 de julho com a morte de Djalma Santos’.

 A história de Djalma Santos foi marcada por longevidade, em geral. Ele morreu aos 84 anos de idade. Jogou na Seleção Brasileira até quando havia completado 37 anos e cinco meses. E a passagem pelo scret nacional se deu de 1952 a 1966, logicamente envolvendo quatro Mundiais e 111 jogos.

 Na competição da Suíça, em 1954, foi titular num time formado por Castilho; Djalma Santos e Nilton Santos; Pinheiro, Brandãozinho e Bauer; Julinho Botelho, Didi, Humberto Tozzi, Índio e Maurinho. Quis o destino que quatro anos depois ele chegasse como reserva na competição realizada na Suécia e fosse ocupar o posto do titular De Sordi justamente na final, contra a equipe da casa, e saísse na foto de campeão.

 Depois foi absoluto no bicampeonato do Chile em 1962, e a despedida ocorreu com derrota para a Hungria por 3 a 1 em 1966, na Copa do Mundo da Inglaterra, quando a defesa era formada por Gilmar; Djalma Santos, Belini, Altair e Paulo Henrique.

Por causa daquele desastroso resultado a formação defensiva foi totalmente modificada pelo treinador Vicente Feola na partida subsequente contra Portugal: Manga; Fidélis, Brito, Orlando e Rildo. Na ocasião, o Brasil voltou a perder por 3 a 1, o que implicou na desclassificação.

 Restou a longevidade de Djalma Santos em clubes. Se o Palmeiras entendeu que estava acabado para o futebol em 1968 e liberou o passe dele, em seguida constatou que a eficiência na marcação e o estilo clássico para conduzir a bola foram mantidos no Atlético Paranaense no período de 1969 a 1972.

 E quando faltou força para correr atrás de velozes ponteiros-esquerdos, Djalma se fixou na zaga central e correspondeu, apesar da estatura de 1,73m de altura. Coincidentemente, o exemplo de migração à zaga foi copiado por Carlos Alberto Torres e Leandro (Flamengo), originalmente laterais-direitos e inquestionavelmente mais capacitados que Djalma, não correspondendo, portanto, afirmações sobre o ex-palmeirense como o melhor lateral-direito de todos os tempos do futebol brasileiro.

 Perto de completar 60 anos de idade Djalma ainda dava exibição na equipe do Milionários F.C., composta por ex-atletas. E quando mudou para Uberaba (MG), montou uma escolinha de futebol para crianças e adolescentes, sem contudo abandonar as tradicionais peladas às sextas-feiras. E isso se arrastou até 2007, quando tinha 78 anos de idade.

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