Neste período de vacas magras do
Guarani, enfrentando uma terceira divisão do futebol nacional, seu torcedor se
apega na conquista do título inédito do Campeonato Brasileiro em 1978, que
ocorreu exatamente no dia 13 de agosto. Portanto, lá se vão 35 anos. Eis os
heróis da época: Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e
Zenon; Capitão, Careca e Bozó, coordenados pelo treinador Carlos Alberto Silva
e professor Hélio Máfia na preparação física.
Aquele time titular só não contou
com Zenon, suspenso, na segunda e decisiva partida no Estádio Brinco de Ouro,
com repetição de vitória bugrina por 1 a 0, gol do atacante Careca. Na ocasião ele cedeu
lugar para o meio-campista Manguinha, mas na primeira partida da final foi ele
quem converteu o pênalti que deu a vitória ao Guarani, no dia 10 de agosto, no
Estádio do Morumbi, para um público superior a 100 mil pagantes. Apitou aquele
jogo o hoje comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho, que expulsou o goleiro
Leão ao desferir cabeçada em Careca, após ter sido provocado.
O Palmeiras, treinado pelo finado
Jorge Vieira, tinha como time base Leão (Gilmar); Rosemiro, Marinho (Beto
Fuscão), Alfredo Mostarda e Pedrinho; Ivo (Jair Gonçalves), Toninho Vanusa e Jorge Mendonça;
Sílvio, Toninho (Escurinho) e Nei.
De certo muito dos bugrinos que se ‘digladiam’
com pontepretanos nas redes sociais evocam este título histórico como
justificativa da grandeza do clube, e ironicamente usam o bordão de ‘nunca
serão’ para provocar os eternos rivais, hoje na elite do futebol brasileiro.
E quando se recorda daquele time,
obrigatoriamente tem-se que destacar o lateral-esquerdo Miranda. Além da boa
condição técnica e segurança na marcação, ele tinha a particularidade de
desanuviar o ambiente nos momentos desconfortantes com o seu estilo sarcástico.
Não havia quem escapasse de suas sacadas.
Talvez a maioria desconheça dois aspectos
ligados ao jogador. Seu nome é Donizete Manuel Onofre e a identificação como
Miranda se deu porque foi trazido para treinar no juvenil do Guarani pelo irmão
Miranda, que havia passado pelo clube na década de 60, e depois transferiu-se
para Corinthians, Fluminense e Botafogo (RJ).
O Miranda de 1978 era originariamente
ponta-direita, e por circunstâncias o treinador Paulo Emílio o improvisou na
lateral-direita. Como ele se encaixou tão bem à função, e posteriormente teve
que ceder a vaga ao titular Mauro, o jeito foi o remanejamento à
lateral-esquerda.
A passagem de Miranda pelo Galo mineiro, a
partir de 1983, foi marcada pela conquista do hexa estadual já na primeira
temporada, num time formado por João Leite; Nelinho, Oliveira, Luizinho e
Miranda; Toninho Oliveira, Heleno e Marcus Vinícius; Catatau, Reinaldo e Éder. Na
sequência, Miranda jogou na Lusa, Avaí, Atlético Paranaense e União de Mogi das
Cruzes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário