segunda-feira, 15 de julho de 2013

Marco Antonio, lateral que gostava de atacar

 Dizem as más línguas que os líderes da Seleção Brasileira de 1970 propuseram ao treinador Zagallo que efetivasse o lateral-esquerdo Everaldo - jogador do Grêmio e já falecido - no lugar do garotão Marco Antonio, para que a defesa da equipe ficasse mais fortalecida.

 A justificativa era que o lateral-direito Carlos Alberto Torres também atacava e havia improvisação na quarta-zaga com a escalação de Wilson Piazza. Logo, a intenção era fortalecer a defesa com um marcador implacável como Everaldo, até porque Marco Antonio se mandava ao ataque e nem sempre guardava a posição.

 Evidente que não havia motivo para que aquele rapaz de 19 anos de idade contestasse a decisão, até porque havia completado um ano de Seleção Brasileira naquele Mundial do México, e a projeção natural era que pudesse jogar a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. O que ele não contava era que, embora convocado, perdesse a posição para o potiguar Marinho Chagas, do Botafogo do Rio de Janeiro, mais irreverente ainda no apoio ao ataque.

 Marco Antonio Feliciano, natural da cidade de Santos, foi um dos raros jogadores revelados pela Portuguesa Santista que posteriormente chegou à Seleção Brasileira, empreitava facilitada ao se transferir para o Fluminense em 1969, ano em que conquistou o título estadual. E nos anos subsequentes atingiu o equilíbrio entre defender e atacar e participou de outro inesquecível título do Campeonato Carioca em 1971, decidido a dois minutos do final da partida contra o Botafogo, na vitória por 1 a 0, com público de 142.339 pagantes no Estádio do Maracanã. “O Fluminense foi tudo para mim: mãe, pai, avô, tudo. Saí de lá para o mundo”, confessou o jogador que lá ficou até 1976.

 A transferência para o Vasco ocorreu em troca-trocas criados pelo então presidente do Fluminense, Francisco Horta. Na ocasião, ele, o zagueiro Abel Braga - hoje treinador - e o volante Zé Mário foram para São Januário, enquanto o Flu recebeu o zagueiro Miguel e compensação financeira de um milhão de dólares.

 Após constatação de início regularíssimo no Vasco, cinco depois houve queda natural de produção, e isso implicou na transferência ao Bangu, na época comandado pelo bicheiro Castor de Andrade, falecido em 1997. “Com tanta gente ruim por aí, o Castor não podia ter morrido nunca”, disse o ex-jogador à época.
 Quando se projetava que a passagem de dois anos em Moça Bonita fosse o encaminhamento para término na carreira, surpreendentemente ainda jogou alguns meses no Botafogo
 

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