segunda-feira, 22 de julho de 2013

Lela, atacante de uma família de boleiros

 Quantas e quantas vezes alguém se aproximou de você e sugeriu contar duas novidades e, incontinenti, perguntou qual aquela deveria ser dita primeiro: a boa ou a ruim. Se a proposta for se respaldar neste hábito e adaptá-lo ao futebol para se recapitular uma boa e má notícia, que tal o foco sobre acontecimentos marcantes no dia 31 de julho?

 Nesta linha, o fato ruim fica para a derrota do Brasil diante da Nigéria por 4 a 3, na fase semifinal dos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996; o fato bom se ajusta bem à lembrança do título inédito do Campeonato Brasileiro conquistado pelo Coritiba em 1985.

 Naqueles Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA) o treinador Zagallo dispunha de uma equipe com os atletas Flávio Conceição, Roberto Carlos, Dida, Rivaldo, Aldair, Bebeto e Ronaldo. E bem que o Brasil sustentava vantagem por 3 a 1 sobre a Nigéria até os 35 minutos do segundo tempo, quando permitiu que o adversário empatasse e arrastasse a partida à prorrogação, na época definida pelo critério ‘morte súbita’ à equipe que sofresse o gol. E aquela prorrogação terminou aos quatro minutos com gol do atacante Kanu para os nigerianos.

 Já o Coritiba exalta aquele 31 de julho de 1985 no Estádio do Maracanã, quando empatou com o Bangu por 1 a 1 no tempo normal, e venceu na definição através dos pênaltis por 6 a 5. A vitória deu-lhe o título inesquecível, em partida presenciada por 91.527 pagantes, arbitragem de Romualdo Arpi Filho, e gols de Índio para o Coritiba e Lulinha ao Bangu durante os 90 minutos.

 Na época o 'Coxa', comandado pelo treinador Ênio Andrade - já falecido -, jogou com Rafael; André, Gomes, Heraldo e Dida; Almir (Vavá), Marildo (Marco Aurélio Moreira) e Tóbi; Lela, Índio e Édson. O Bangu, do treinador Moisés - também falecido -, contou com Gilmar; Márcio, Jair, Oliveira e Baby; Israel, Lulinha (Gílson) e Mário; Marinho, João Cláudio (Pingo) e Ado.

 Lela, ponteiro-direito de décadas passadas, é pai dos jogadores Alecsandro e Richarlyson do Atlético Mineiro. A diferença fundamental entre eles é que Lela era muito mais habilidoso. E apesar de baixinho e pernas curtas, colocava em prática extrema velocidade e chegava com facilidade ora ao fundo do campo, ora na diagonal para concluir as jogadas. E quando fazia os golzinhos, a comemoração era em forma de caretas para a torcida.

 Foi assim até o ápice da forma técnica no Coritiba de 1983 a 1987, numa carreira ascendente que começou no Noroeste de Bauru (SP), com sequência na Inter de Limeira (SP) e Fluminense (RJ), antes do sucesso na capital paranaense, e depois em clubes menores. Naquele período exibia cabeleira black power, que contrasta com o hoje senhor Reinaldo Felisbino de calvície acentuada e uso de óculos. Ele completou 51 anos de idade em abril passado e ainda tentou ser treinador de futebol no interior paulista, mas não prosperou nesta função.

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