Quantas e quantas vezes alguém se aproximou de
você e sugeriu contar duas novidades e, incontinenti, perguntou qual aquela
deveria ser dita primeiro: a boa ou a ruim. Se a proposta for se respaldar
neste hábito e adaptá-lo ao futebol para se recapitular uma boa e má notícia,
que tal o foco sobre acontecimentos marcantes no dia 31 de julho?
Nesta linha, o fato ruim fica para a derrota
do Brasil diante da Nigéria por 4
a 3, na fase semifinal dos Jogos Olímpicos de Atlanta de
1996; o fato bom se ajusta bem à lembrança do título inédito do Campeonato
Brasileiro conquistado pelo Coritiba em 1985.
Naqueles Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA) o
treinador Zagallo dispunha de uma equipe com os atletas Flávio Conceição, Roberto
Carlos, Dida, Rivaldo, Aldair, Bebeto e Ronaldo. E bem que o Brasil sustentava
vantagem por 3 a
1 sobre a Nigéria até os 35 minutos do segundo tempo, quando permitiu que o
adversário empatasse e arrastasse a partida à prorrogação, na época definida pelo
critério ‘morte súbita’ à equipe que sofresse o gol. E aquela prorrogação
terminou aos quatro minutos com gol do atacante Kanu para os nigerianos.
Já o Coritiba exalta aquele 31 de julho de
1985 no Estádio do Maracanã, quando empatou com o Bangu por 1 a 1 no tempo normal, e venceu
na definição através dos pênaltis por 6 a 5. A vitória deu-lhe o título inesquecível, em
partida presenciada por 91.527 pagantes, arbitragem de Romualdo Arpi Filho, e
gols de Índio para o Coritiba e Lulinha ao Bangu durante os 90 minutos.
Na época o 'Coxa', comandado pelo treinador
Ênio Andrade - já falecido -, jogou com Rafael; André, Gomes, Heraldo e Dida;
Almir (Vavá), Marildo (Marco Aurélio Moreira) e Tóbi; Lela, Índio e Édson. O
Bangu, do treinador Moisés - também falecido -, contou com Gilmar; Márcio,
Jair, Oliveira e Baby; Israel, Lulinha (Gílson) e Mário; Marinho, João Cláudio
(Pingo) e Ado.
Lela, ponteiro-direito de décadas passadas, é pai
dos jogadores Alecsandro e Richarlyson do Atlético Mineiro. A diferença fundamental
entre eles é que Lela era muito mais habilidoso. E apesar de baixinho e pernas
curtas, colocava em prática extrema velocidade e chegava com facilidade ora ao
fundo do campo, ora na diagonal para concluir as jogadas. E quando fazia os
golzinhos, a comemoração era em forma de caretas para a torcida.
Foi assim até o ápice da forma técnica no
Coritiba de 1983 a
1987, numa carreira ascendente que começou no Noroeste de Bauru (SP), com
sequência na Inter de Limeira (SP) e Fluminense (RJ), antes do sucesso na
capital paranaense, e depois em clubes menores. Naquele período exibia
cabeleira black power, que contrasta com o hoje senhor Reinaldo Felisbino de
calvície acentuada e uso de óculos. Ele completou 51 anos de idade em abril
passado e ainda tentou ser treinador de futebol no interior paulista, mas não
prosperou nesta função.
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