segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Zagallo, 80 anos de idade

Quantos títulos Mário Jorge Lobo Zagallo ganhou prestando serviço à Seleção Brasileira quer como jogador, quer como técnico ou coordenador técnico? Talvez você não saiba, mas com certeza a frase "vocês vão ter que me engolir" jamais será esquecida.

Neste 9 de agosto Zagallo está completando 80 anos de idade e desfruta de merecida aposentadoria, deixando uma recheada biografia. A saúde ficou debilitada após retirada de um tumor no aparelho digestivo.

Em 1997, como treinador da Seleção Brasileira, após a conquista da Copa América e irado com sucessivas críticas, Zagallo devolveu provocação de parte da imprensa, e a partir daí a sua frase foi imortalizada.

A história de Zagallo começou a contragosto dos pais, como meia-esquerda do juvenil do América (RJ), e se estendeu como jogador de Flamengo e Botafogo até 1963. Em 1950, Freitas Solich era técnico do Flamengo e o deslocou à ponta-esquerda, para explorar a característica de jogador veloz e driblador. E o fôlego privilegiado de Zagallo permitiu que incorporasse ao seu futebol o estilo de fechar espaços no meio-de-campo, para ajudar na marcação, mudando a característica do time de 4-2-4 para 4-3-3.

Pode-se dizer que Zagallo foi um jogador de sorte, pois nas Copas de 1958 e 1962 foi confirmado no time por causa de contusões do titular Pepe. Na primeira conquista da Seleção Brasileira, na Suécia, Zagallo marcou o quarto gol da goleada por 5 a 2 sobre os anfitriões. E após isso, com direito a parcela do passe, transferiu-se para o Botafogo, onde atuou ao lado de Garrincha, Quarentinha, Didi, Amarildo e Manga, entre outros.

Depois que abandonou a carreira de jogador Zagallo continuou ligado ao meio como técnico do juvenil botafoguense. Na sequência treinou equipes profissionais, sem projetar que seria o sucessor de João Saldanha no selecionado canarinho de 1970, que sagrou-se tricampeão mundial no México.

Acreditem: durante aquela preparação, Zagallo colocou Pelé no banco de reservas em amistoso contra a Bulgária, com a camisa 13, número de sua superstição.

Quatro anos depois, na Alemanha, Zagallo subestimou o forte selecionado holandês ao citar que não o conhecia e que "eles é que têm que se preocupar com a gente". Pagou para ver e viu a eliminação brasileira na semifinal.

Após passagem de quase oito anos na Arábia Saudita, voltou a comandar clubes brasileiros, até que em 1994, como coordenador técnico da Seleção, sagrou-se tetracampeão nos Estados Unidos.

Depois, de volta ao comando técnico da Seleção Brasileira, protagonizou aquela coreografia imitando um aviãozinho, ao devolver provocação do treinador da Seleção da África do Sul, num amistoso em que o Brasil ganhou de virada por 3 a 2, em Johanesburgo, em 1996.

Em 1998 foi o comandante na perda do Mundial para a França.

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