segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Renato, de goleiro a comentarista

Acadêmicos da faculdade de jornalismo ainda debatem por aí a admissão de ex-jogadores de futebol na função de comentarista esportivo de rádio, como se o espaço tivesse que ser deles, futuros jornalistas.

Ledo engano. Ex-jogadores providos de cultura mediana e que falam corretamente, via de regra têm mais subsídios para discutir com propriedade as variantes de bola rolando e bastidores do futebol. Afinal, vivenciaram fatos que lhes deram inequívoca habilitação pra dominar o assunto.

E um desses ex-jogadores que agora participa do outro lado do balcão, que deixou de ser vidraça para se transformar em estilingue, é o goleiro Renato da Cunha Valle, que em dezembro vai completar 68 anos de idade.

Radicado na progressista cidade mineira de Uberlândia, o ex-goleiro Renato recebeu recentemente o título de cidadão honorário da cidade e desmentiu boatos de que teria amputado uma perna. Lá ele se ocupa em duas atividades profissionais: servidor público municipal e comentarista esportivo da Rádio Cultura.

Renato é natural do Rio de Janeiro e a sua trajetória no futebol teve início no Flamengo em 1960, lá ficando durante cinco anos sem se firmar como titular. Aí começou o período de empréstimos, passando por Entrerriense (RJ), Uberlândia e Taubaté (SP). Em 1970 foi contratado pelo Atlético (MG), e um ano depois sagrou-se campeão brasileiro num time comandado pelo treinador Telê Santana, já falecido, que também contava com o zagueiro Vantuir e o atacante Dadá Maravilha.

A ascensão de Renato no futebol desqualifica o conceito de que o bom goleiro nasce feito. Fruto do redobrado trabalho corrigiu defeitos inerentes a principiantes, ganhou confiança e colocou em prática a voz de comando àqueles que guarneciam as proximidades de sua área.

Apesar da regularidade de Renato, o Atlético (MG) copiou a mania de clubes brasileiros da época de contratar goleiros sul-americanos. E com a chegada do uruguaio Mazurkiewicz ele teve que deixar o clube.

Por sorte o Flamengo o requisitou novamente. E na segunda passagem pela Gávea foi contemporâneo do então lateral-esquerdo Vanderlei Luxemburgo e o meia Zico, quando conquistaram títulos do Campeonato Carioca de 1972 e 1974.

A brilhante carreira foi premiada com convocação à Seleção Brasileira em 1973 e participação na Copa do Mundo da Alemanha no ano seguinte, na condição de primeiro reserva de Emerson Leão. O outro goleiro convocado foi Valdir Peres, o terceiro da relação.

Renato ainda fez sucesso no Fluminense, naquele time identificado como ‘máquina tricolor’, com Rivellino, Carlos Alberto Pintinho e Doval, entre outros. E teve passagens por Bahia e Emirados Árabes antes de encerrar a carreira.

Um comentário:

Renato valle disse...

Caro amigo.obrigado pelas palavras elogiosas à mim dirigidas.hoje não faço mais comentários em rádio aqui em Uberlândia,pois o time local não decola,e pela gratidão que tenho por ele,me abstenho de falar mal do mesmo.O futebol que joguei é muito diferente do jogado hoje,tanto dentro como fora do campo.Tenho certeza de que joguei na época certa,pois jamais quis ser famoso ou rico.Feliz 2013.Renato da Cunha Valle