quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Geraldo Scotto, carrapato na marcação

Más línguas já rotularam este espaço de funeral da mídia esportiva brasileira, pela sequência interminável de homenagens aos entes queridos que se foram. Nem por isso será modificada uma vírgula sequer da linha editorial definida de reverenciar ídolos do passado, misturando-se a alguns ‘mais ou menos’ e poucos ‘grossos’. Na impossibilidade da lembrança em vida, com certeza na morte serão enfocados.

O lateral-esquerdo palmeirense Geraldo Scotto foi bater bola no céu no dia 27 de julho, aos 76 anos de idade, vítima de parada cardíaca. Foi integrar o time de ex-companheiros como os zagueiros Djalma Dias, Aldemar e Valdemar Carabina; meio-campistas Zequinha, Ênio Andrade e Chinesinho; e os atacantes Julinho, Servilio, Tupãzinho e Ademar Pantera.

Scotto foi um ótimo marcador. Um dos raros a anular o ponteiro-direito Mané Garrincha. “Eu olhava para a bola e não para o corpo dele. Aí dava certo”, era a explicação simples para o sucesso nos duelos com o ídolo botafoguense.

O estilo de grudar no atacante adversário resultou no apelido de ‘Carrapato’ desde que estreou no Verdão no dia 29 de maio de 1958, no jogo amistoso em que seu time venceu o Nacional, da capital paulista, por 2 a 1.

Um ano depois foi convocado à Seleção Brasileira, e jogou nesse time: Gilmar; Djalma Santos, Belini, Vitor e Geraldo Scotto; Dino e Chinesinho; Julinho, Almir, Delém e Roberto.

Não é porque Scotto morreu que devem super dimensionar o futebol dele, transformando-o em lateral que apoiava bem o ataque. Aos desavisados cabe informar que nas décadas de 50 e 60 um dos raros laterais-esquerdos abusados no apoio foi Nilson Santos, do Botafogo e Seleção Brasileira.

Scotto teve o melhor período na carreira até 1962, num time formado por Valdir, Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Américo Murolo; Gildo, Hélio Burini, Vavá e Geraldo II.

Naquele ano Scotto quebrou a perna e o Palmeiras foi buscar Ferrari, do Guarani, e posteriormente contratou Vicente Arenari. Ao se recuperar, Scotto alternou períodos como titular e reserva. Em 1965, quando o Verdão representou a Seleção Brasileira na inauguração do Estádio do Mineirão, o lateral-esquerdo foi Vicente Arenari. Resultado: Palmeiras 3 x 0 Uruguai.

A história de Geraldo Scotto no Palmeiras terminou no dia 17 de dezembro de 1967, na vitória por 2 a 1 sobre o Juventus, também em amistoso, quando totalizou 352 partidas.

Um ano antes jogou na Ponte Preta por empréstimo e ainda passou por Juventus e Nacional.

Já que a bola não lhe garantiu independência financeira, foi trabalhar como vendedor de chapa de aço. E assim levava a vidinha até que roubaram-lhe o carro.

Depois disso não quis mais trabalhar. Gastava o tempo limpando quintal e em bate-papos com amigos. “Fico vagabundeando”, resumiu.

3 comentários:

Denise disse...

Obrigada pelo respeito e carinho. Meu pai, será sempre lembrado na história do futebol brasileiro e ficará eternamente em meu coração. Meu pai, meu ídolo.

Anônimo disse...

Deixou boas lembranças.

Anônimo disse...

Deixou boas lembranças.