domingo, 28 de setembro de 2025

Adeus ao volante Paulinho, do Corinthians, dos anos 80

Desportistas, em geral, devem tomar os devidos cuidados ao anunciarem a amigos a morte do volante Paulinho, do Corinthians, pois o clube contou com dois jogadores com o mesmo apelido e que atuaram na mesma posição, coincidentemente em elencos vencedores. Quem morreu foi aquele Paulinho primeiro volante, estilo 'caçador', portanto o distinguia do Paulinho segundo volante, campeão da Libertadores e Mundial de Clubes em 2012.

O Paulinho mais recente decidiu pelo encerramento da carreira de atleta no final do ano passado, aos 37 anos de idade, e o nome dele é José Paulo Bezerra Maciel Júnior, paulistano, que optou por migrar à função de executivo de futebol no Mirassol, com início surpreendemente vitorioso na função.

O Paulinho falecido no último sábado - de causa não informada -, aos 68 anos de idade, é o recifense Paulo Rogério Albuquerque e Sousa, formado nas categorias de base do Náutico e integrou o selecionado brasileiro de juniores em 1975. Ainda no Timbu ele conquistou titulos estaduais no biênio 1978/79, jogando ao lado do ex-centroavante Dadá Maravilha.

A chegada ao Corinthians ocorreu em 1981 e participou do quarteto de meio-de-campo ao lado de Biro-Biro, Zenon e Sócrates, na época da 'Democracia Corintiana', nos títulos paulistas do biênio 1982/83, sendo a última conquista na vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, gol do do saudoso Sócrates, em equipe que contava com essa formação: Solito; Alfinete, Mauro, Juninho e Wladimir; Paulinho, Biro-Biro, Zenon e Sócrates; Wagner e Eduardo Amorim.

Por alguma razão o centroavante Casagrande não participou daquela partida, com público de 79.864 torcedores, no Estádio do Morumbi, em ano que Paulinho teve atuações mais regulares, ao colocar em prática o característico estilo de muita raça, que se identifica muito com torcedores corintianos

Em 1985 ele deixou o clube totalizando 203 partidas e ter marcado nove gols, porém outros dois contra. Na sequência atuou no Palmeiras sem a citada relevância, para na sequência entrar na tradicional estrada da volta no futebol em clubes de portes menores como Novorizontino, Anaolina, Taubaté, Matonense e Lemense.

O encerramento da carreira deu-se em 1992 e, com o característico sorriso dos tempos de atleta, montou uma escolinha de futebol na capital paulista, para transmitir à garotoada a experiência adquirida na trajetória.


domingo, 21 de setembro de 2025

 

á Á é í ó ú , à p ç P à :

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Ponteiro Paraná jogou bola até os 73 anos de idade



Algumas singularidades relacionadas a ex-atletas profissionais de futebol são de desconhecimento da maioria. Uma delas é que alguns desafiaram o tempo e continuaram 'batendo uma bolinha' depois dos 70 anos de idade, quer em treininhos, quer alguns minutos durante jogos amistosos em clubes sociais e comunidades.

O exemplo mais claro é o ex-meia Ademir da Guia, o 'Divino', que marcou época na 'Academia' do Palmeiras. Pois ele, pelo que se tem conhecimento, há cerca de quatro anos ainda continuava se uniformizando e calçando 'botina' para jogar futebol. Isso quando já havia 'batido' na casa dos 77 anos de idade.

Outro que demorou para se desgrudar da bola foi o então ponteiro-esquerdo Paraná, coincidentemente xará do 'Divino', pois o nome de registro dele é Ademir de Barros, com trajetória ascendente em clubes como São Bento e São Paulo, nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Quis o destino que ambos - rivais naquela época - estivessem juntos em jogo amistoso comemorativo a quem já havia completado 70 anos de idade em 2014, no campo do Cambuí, em Campinas. Ele foi do tempo que a função do então ponteiro era se posicionar nos lados do campo, abusava dos dribles, arrancada com a bola em velocidade e cruzava, visando centroavantes e meias para complemento de jogadas.

Logo, se Paraná sabia desempenhar bem essa função, raramente infiltrava-se por dentro para finalizações e registro de gols era uma raridade, exceto quando se atrevia às cobranças de falta, pois tinha a virtude de pegar bem na bola. Isso se repetiu mais vezes em 1970, ano do título paulista do São Paulo, com quebra de jejum de 13 anos.

O saudoso Zezé Moreira era o treinador, em equipe que contou com essa formação: Sérgio; Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto (Tenente); Edson e Gérson; Paulo, Terto, Toninho e Paraná, que igualmente fazia a recomposição para ajudar o meio de campo.

Por que ficou com o apelido de Paraná? Porque nasceu em Cambará, naquele Estado, em março de 1942. No São Paulo ficou de 1965 a 1973, quando atritou com o saudoso treinador Telê Santana, porque recusava-se ficar na reserva. Assim, rodou por clubes como Tiradentes (PI), Operário (MS), Colorado e Londrina (PR), Francana e Barra Bonita. Ele integrou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, e hoje curte a aposentadoria em Sorocaba, cidade escolhida para se radicar


domingo, 14 de setembro de 2025

Narciso, exemplo de superação

 Há histórias que valem ser recontadas, e uma delas já postei aqui há oito anos, ao lembrar que 27 de setembro é um dia especial para o ex-zagueiro Narciso, do Santos, por se tratar do Dia Nacional do Doador de Órgãos, quando terá motivos de sobra para repetir sua heróica história de perseverança, ao vencer a leucemia mielóide crônica.

Ele foi diagnosticado com a doença em 2000, e a projeção médica era de 30% a 40% de chances de sobreviver. Mas foi curado após período de sessões de quimioterapia até o transplante de medula óssea. E quis o destino que voltasse a jogar futebol no Peixe, três anos depois.

Entretanto, ficou desestimulado para sequência na carreira devido à insistência do então treinador Vanderlei Luxemburgo em deixá-lo entre os reservas. Assim, em seis meses, após a cirurgia, jogou só cinco vezes e pendurou as chuteiras aos 31 anos de idade.

Este sergipano de Neópolis, nascido em dezembro de 1973, começou no Corinthians de Alagoas. A primeira experiência no futebol paulista foi no Paraguaçuense. Depois, transferiu-se ao Santos, passou rapidamente pelo Flamengo, por empréstimo, e, mais experiente, não estranhou adaptação à função de volante.

Ele foi medalha de bronze com a seleção olímpica do Brasil em 1996, em Atlanta (EUA), e atuou oito vezes na seleção principal do País, entre 1995 e 1998. A mais gratificante experiência como jogador foi no time santista de 1995, vice-campeão brasileiro, formado por Edinho; Marquinho Capixaba, Ronaldo Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Giovanni, Robert e Jamelli; Camanducaia e Marcelo Passos. O Botafogo (RJ) foi campeão.

Foi o Santos, também, quem lhe abriu as portas para ingressar na função de treinador, nas categorias de base, e assim percorreu vários clubes, alguns deles profissionais, como Linense, Penapolense e Operário (MT), até 2016.

Por gratidão a benção recebida, promove jogos beneficentes para doação de alimentos à Nacac (Núcleo de Amparo a Crianças e Adultos com Câncer), Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e Lar Santo Expedito, entidades de Santos.

Também é requisitado frequentemente para palestras às pessoas vitimadas por doenças graves, quando narra a sua história de superação e consegue estimular pacientes. O transplantado é monitorado pelo resto de sua vida, o que estreita laços com a equipe médica que o assistiu.



terça-feira, 9 de setembro de 2025


Sávio formou o trio com Romário e Edmundo no Flamengo


Na década de 90 do século passado, o Flamengo contou com o atacante canhoto Sávio, que ainda menino integrou as divisões de base da Desportiva Ferroviária (ES), e chegou à Gávea em 1988, aos 14 anos de idade. Com 1,76m de altura, ele valia-se da velocidade e habilidade, com previsão para o surgimento de um 'novo Zico', até pelo biotipo de físico franzino e suscetível às faltas.

E não é que esse capixaba Sávio Bortolini Pimentel, natural de Vila Velha, que em janeiro passado completou 51 anos de idade, deixou o ex-centroavante Ronaldo Fenômeno na reserva no título do pré-olímpico e a medalha de bronze das Olimpíadas de 1996, em Atlanta, considerado destaque daquela Seleção Sub-23! E ainda chegou a atuar na Seleção Brasileira principal em 1999 e 2000, quando defendia o Real Madrid.

Esse currículo contrasta com aquilo que passou em 1995, quando o Flamengo montou no papel o ataque dos sonhos, a princípio projetado como o melhor do País naquela temporada, pois juntavam-se a Sávio talentosos contratados como Romário e Edmundo, lembram-se?

Então, por que aquela junção de craques deixou o Flamengo até correr risco de rebaixamento do Campeonato Brasileiro daquela temporada? Ainda bem que a vitória por 1 a 0 sobre o Criciúma serviu de 'respiro' naquele momento difícil, mas o que se questionou foi por que o clube ficou naquela situação, ao contar com o ataque dos sonhos de qualquer torcedor?

A rivalidade entre Romário e Edmundo atrapalhou, mas quando perguntado se o rendimento da defesa da equipe estava distante do ataque, Sávio desconversou, mas não desmentiu. E tudo mudou em 1996 com a saída de Edmundo para o Corinthians, quando Sávio continuou no Flamengo por mais dois anos, com transferência ao Real Madrid (ESP). Só que lá teve problemas de lesões e perdeu espaço na temporada de 2001/02 com a chegada ao clube do craque francês Zinédine Zidane.

Assim, foi emprestado ao Bordeaux, da França. Na sequência ao Zaragoza, até a volta ao Flamengo em 2006, marcada por curta passagem e atuando apenas em dez jogos. Na volta ao exterior, no Real Sociedad e Levante, não foi bem-sucedido, o que provocou retorno ao Brasil e na Desportiva Ferroviária (ES), em prenúncio de final de carreira, que ocorreu em 2010, no Avaí , quando passou a se dedicar a empreendimentos pessoais, um deles empresa de gestão esportiva.


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Roque Júnior, zagueiro que marcou época na Seleção Brasileira



á Á é í ó ú , à p ç P à :

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Pontepretano sofre, mas vê o seu clube com um pé na Série B



Ponha dramaticidade nesta vitória da Ponte Preta sobre o Náutico por 1 a 0, na tarde/noite deste sábado, no Estádio dos Aflitos, em Recife (PE).

Ao chegar aos nove pontos nos três jogos desta segunda fase da Série C do Brasileiro, a Ponte Preta deu um passo gigantesco para retorno à Série B.

Teoricamente, mais uma vitória nos três jogos restantes será suficiente para que cumpra o objetivo.

AFLIÇÃO DOS TORCEDORES

Foi um segundo tempo de aflição para ambos os lados.

Como a Ponte Preta estava em vantagem no placar, com gol de seu atacante Jonas Toró, abdicou totalmente de atacar.

Isso porque o Náutico se lançou decisivamente ao ataque, teve mais posse de bola, a encurralou, embora com carência de capacidade ofensiva.

O torcedor do Náutico roeu unhas e se desesperou pela falta de organização de sua equipe, para chegar ao gol de empate.

Mesma situação foi vivenciada pelo torcedor pontepretano, que via a bola rondar a sua meta durante todo o segundo tempo.

Por isso imaginava o risco iminente de, em lance furtuito, sair o gol de empate.

Na prática, méritos para a Ponte Preta que adotou uma eficiente malha de marcação, fechando bem os espaços por dentro, oferecendo apenas os lados do campo ao adversário.

Aí, como o mandante não teve capacidade para furar o ferrolho, na maioria das vezes os seus jogadores alçaram bola para o interior da área, sempre rechaçada pela malha de marcação pontepretana, com quase todos os jogadores, exceto o centroavante Jeh.

DIOGO SILVA

Mesmo assim, não fosse a atuação destacada do goleiro Diogo Silva, de certo a Ponte Preta não traria a vitória de Recife.

A defesa no minuto final de partida, aos 51 minutos do segundo tempo, foi impressionante.

O chute de Hélio Borges tinha endereço certo no ângulo direito, ocasião que o goleiro voou e defendeu.

Outra defesa que cabe destacar foi a finalização do atacante Igor Bolt, quando Diogo Silva mostrou reflexo para praticar a defesa com o pé esquerdo, aos 13 minutos do segundo tempo.

INÍCIO DA PONTE

A Ponte Preta entrou em campo disposta a colocar em prática uma postura ofensiva, em prenúncio de jogo 'pau a pau', nos primeiros minutos.

Todavia, a primeira chance real para abertura do placar coube ao Náutico, logo aos 13 minutos.

Foi quando o atacante Vinícius cruzou e o seu parceiro de ofensiva Igor Bolt cabeceou, exigindo reflexo do goleiro pontepretano Diogo Silva, para praticar defesa no canto esquerdo.

Outra jogada ofensiva do Náutico, ainda pela direita, terminou com cruzamento do lateral Arnaldo e complemento de Vitinho, para nova defesa de Diogo Silva, aos 17 minutos.

GOL DE TORÓ

No lance seguinte, aos 18 minutos, em arrancada da Ponte Preta pela direita, o meia Élvis serviu o lateral Pacheco, que teve liberdade para trabalhar a jogada.

Com consciência, ele fez um passe 'açucarado' para o atacante Jonas Toró, livre de marcação, pela meia esquerda, já dentro da área, para finalização certeira no canto direito do goleiro Muriel: Ponte Preta 1 a 0.

O Náutico sentiu o gol e se desestruturou durante o primeiro tempo, embora mantivesse a iniciativa de atacar.

Como a Ponte Preta correu bastante durante o primeiro tempo, com insistente vaivém de seus atacantes de beirada Toró e Bruno Lopes, houve queda ofensiva do rendimento de ambos, que acertadamente foram substituídos.






Roque Júnior, ex-zagueiro de carreira consagrada no futebol brasileiro e exterior, é um exemplo de atleta que soube aplicar bem o dinheiro ganhado, em decorrência dos lucrativos contratos feitos ao longo da trajetória, que permitiu-lhe uma vida estável e confortável com a família.

Ao completar 49 anos de idade neste 31 de agosto, o que ele fez questão de não mudar foi o visual de longos cabelos crespos, tratados na base de trancinhas, o que contrasta com a aparição do futebol em sua cidade natal em Santa Rita do Sapucaí, na região Sul de Minas Gerais, hoje de 43.753 habitantes.

Foi lá, no Santarritense, que ele deu início à carreira de atleta com cabelos bem curtinhos, e assim chegou na condição de reserva do Palmeiras, em 1995. E aquela situação se prolongou por aproximadamente dois anos, só modificada com a chegada ao clube do então treinador Luiz Felipe Scolari - o Felipão -, que constatou o desperdício do não aproveitamento de um zagueiro soberano no jogo aéreo e capacidade para desarmar atacantes adversários.

Efetivado como titular, teve participação ativa nas conquistas de títulos da Copa do Brasil, Copa Mercosul, Libertadores e Torneio e Rio-São-Paulo. Assim, a recompensa foi convocação à Seleção Brasileira, visando à Copa do Mundo de 2002 - disputada no Japão e Coréia do Sul -, ano que o País conquistou o pentacampeonato, e ele participou daquele formato com três zagueiros: ele ao lado de Lúcio e Edmílson.

A rigor, José Vítor Roque Júnior - nome dele de registro em cartório - está caracterizado como décimo zagueiro que mais vezes atuou pela Seleção Brasileira em toda a história, totalizando 49 jogos. Logo, por estar familiarizado com aquele ambiente e boa convivência com o treinador Felipão, foi convidado e aceitou integrar a comissão técnica do selecionado na Copa do Mundo de 2014, sediada no País.

Em clubes do exterior, Roque Júnior atuou pelo Milan, Leeds United, AC Siena, Bayer Leverkusen, Duisburg, Al-Rayyan e retornou ao Palmeiras em 2008, mas a segunda passagem foi marcada por curto período, com transferência ao Sydney FC da Austrália, até que o ex-colega de Seleção, Juninho Paulista, então presidente do Ituano, reservou-lhe espaço no clube, mas já em final de carreira.

Depois disso, ele ainda tentou ingressar na carreira de treinador, no XV de Piracicaba e Ituano, porém sem sucesso.