domingo, 13 de março de 2022

Jorginho Putinatti, ídolo sem título nacional

Década de 80 o atleta era basicamente identificado pelo prenome ou apelido. Jorginho do Palmeiras era uma forma designada ao mariliense Jorge Antonio Putinatti pra diferenciá-lo dos xarás. E foi ídolo dos palmeirenses nos sete anos a partir de 1979, devido à habilidade e exímio cobrador de faltas e escanteios. Lá totalizou 369 partidas, segundo o Almanaque do Clube.

Jorginho protagonizou duas capas de tremenda repercussão da revista Placar, a primeira delas enquanto atleta do Palmeiras, quando 'comprou' a ideia de que o mascote do clube deveria ser o porco, ao ser fotografado carregando o manso 'Chico' - suíno assim identificado -, tirado de um sítio em Caucaia do Alto, na Grande São Paulo, e levado ao Estádio do Morumbi pelo torcedor palmeirense Cleofas Sóstenes Dantas da Silva, em novembro de 1986.

Foi o bastante para a torcida do Palmeiras 'aposentar' o periquito e assumir o porco como mascote do clube, encerrando assim a fase de gozação de rivais. Naquele período, diferentemente dos meias de armação que faziam uso da camisa dez, a escolhida de Jorginho era a sete, num clube que contou, entre outros companheiros, com os zagueiros Luís Pereira e Nenê Santana, volante Mococa e atacantes Baroninho, Carlos Alberto Seixas e saudoso Jorge Mendonça.

A criatividade do Departamento de Artes da revista Placar resultou na capa caricaturando Jorginho com pés gelados, em alusão a uma carreira inteira em clubes brasileiros sem uma conquista de título sequer, mesmo com passagens em agremiações renomadas como Corinthians, Fluminense, Grêmio e Santos, além de Guarani e XV de Piracicaba. Quis o destino que apenas nos quatro anos do clube Nagoya, no Japão, conquistasse em 1992 a Copa do Imperador, onde encerrou a carreira de atleta. Parêntese: foi contestado pela torcida corintiana por ter saído do rival, a ponto de um torcedor invadir o gramado na tentativa de agredi-lo.

Hoje, aos 62 anos de idade e radicado na cidade natal de Marília, assumiu em setembro passado o cargo de adjunto da Secretaria de Esportes do município. Lá lembra o início de carreira na base do clube da cidade, com conquista do título da Copa São Paulo de Juniores de 1979, e o emblemático lance no jogo do Palmeiras contra o Santos, quando o seu chute não tinha direção do gol, mas a bola entrou ao bater no então árbitro José de Assis Aragão, em 1987.

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