segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Tato era dos tempos dos autênticos ponteiros

Essência do futebol de décadas passadas retratava dois ponteiros com características de buscar o fundo de campo, visando cruzamentos. O centroavante se encarregava de completar jogadas. Meias, denominados ponta-de-lança e armador, pisavam na área adversária para conclusões.

Depois desapareceram os autênticos ponteiros com surgimento de alas, que são laterais com liberdade de avanço, por vezes com jogadas de fundo de campo e cruzamentos visando dois atacantes centralizados, em esquema tático denominado 4-4-2.

Na última década reapareceram atacantes de beirada, não necessariamente com características dos antigos, pois priorizam a diagonal. Assim, o canhoto se posiciona do lado direito e o destro vice-versa. Outra atribuição é ajuda na marcação, para se frear avanços dos laterais adversários.

Na década de 80, quando treinadores ainda escalavam pelo um dos autênticos ponteiros, o Fluminense pôde usufruir de Tato pelo lado esquerdo. Driblador por excelência, ele envolvia marcadores, chegava ao fundo de campo, erguia a cabeça e os cruzamentos visavam o centroavante Washington e meia Assis, dupla de área conhecida como 'Casal 20', encarregada da maioria dos gols da equipe.

Foi assim que o Fluminense conquistou o tricampeonato carioca de 1983 a 85, ocasião em que o clube quebrou hegemonia do Flamengo na competição estadual. O time, com o treinador Carlos Alberto Parreira, também conquistou o Campeonato Brasileiro de 1984 com essa formação: Paulo Victor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Romerito; Assis, Washington e Tato.

Como ponteiros daquela época eram tidos como assessores de goleadores, a maioria quase não ia às redes, e Tato foi um deles. Dos 242 jogos pelo Fluminense até 1988, marcou apenas 18 gols. Também não foi titular absoluto durante aquele período. Por vezes se revezava com Paulinho Carioca na função.

A experiência no futebol espanhol, no Elche, não foi a desejada, o que precipitou retorno ao Brasil, no Vasco, assim como passou pelo Sport, Santos e encerramento da carreira no Coritiba em 1992, clube que se profissionou e seguiu ao Inter (RS) antes da transferência ao Fluminense.

Hoje, aos 59 anos de idade, radicado na cidade natal de Curitiba, é funcionário da Unimed local e identificado pelo nome de nascimento Carlos Alberto de Araújo Prestes.

Nenhum comentário: