segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Adeus ao atleta e treinador José Luiz Carbone

 No futebol atual, treinadores de conceitos táticos inovadores são tidos como referência. Eles exigem dos subordinados que cumpram à risca o determinado, e isso contrasta com os tempos em que José Luiz Carbone atuou na função, até a década passada. A geração dele, enquanto treinador, tinha como principal preocupação melhorar a condição técnica do atleta através de treinos específicos.

Carbone morreu na noite deste 27 de dezembro em Campinas (SP), vítima de câncer hepático descoberto recentemente. Ele deixa vasta folha de serviços prestados ao futebol como atleta, treinador e coordenador técnico. Coincidência ou não, iniciou e terminou a carreira de jogador do Nacional da capital paulista, clube em que igualmente deu os primeiros passos como treinador.

Como atleta foi um volante clássico nos tempos de São Paulo, Inter (RS) e Botafogo (RJ), fato que permitiu chegada à Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Além da precisa colocação para desarmar adversários, seu passe era recomendável.

Como treinador, dirigiu mais de duas dezenas de clubes, entre eles Fluminense, Inter (RS), Cruzeiro, Palmeiras, Bahia, Ponte Preta e Guarani, simpatizando-se pela cidade de Campinas, onde decidiu fixar residência quando deixou de cortar o Brasil na direção de clubes.

Na Ponte Preta em 1984, Carbone introduziu experiência insólita em treinos coletivos, pois nos primeiros 20 minutos o time titular ficava sem goleiro. A intenção era forçar laterais a evitarem cruzamentos, e tanto volantes como zagueiros travarem finalizações de jogadores do time reserva. Assim, a primeira preocupação era ajuste do sistema defensivo, para posteriormente acertar outros compartimentos.

Por duas vezes foi vice-campeão paulista. A primeira na decisão do Palmeiras contra a Inter de Limeira em 1986; posteriormente no comando do Guarani dois anos depois diante do Corinthians. E depois voltou três vezes ao clube, quer para dirigi-lo, quer como coordenador técnico. Das experiências internacionais, destacam-se duas passagens pelos Emirados Árabes, Catar, Peru e Bolívia, além de pequenos clubes como o Sertãozinho (SP).

Facilidade de comunicação reservou-lhe emprego como comentarista de futebol na Rádio Brasil Campinas, antes de se aposentar. Por se manter ligado ao futebol, era consultado para opinar sobre jogadores.


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