domingo, 7 de junho de 2020

Seis anos sem Eduardo Farah, dirigente de inovações


O último 17 de maio marcou o sexto ano da morte do empresário e desportista José Eduardo Farah, aos 80 anos de idade, vítima de falência múltipla de órgãos. De 1988 a 2003 ele presidiu a FPF (Federação Paulista de Futebol), após substituir José Maria Marin. Em sua gestão foi construída nova sede da entidade e revolucionado conceitos, com implementação do marketing esportivo na competição estadual, reverberado favoravelmente aos clubes.

Em 1995 ele vendeu os direitos de exploração da competição à empresa VR por R$ 45 milhões. Outro aplaudido incremento foi a venda dos direitos de transmissões ao vivo de jogos através da TV aberta e por assinatura para a Rede Gobo, emissora que, segundo ele, teria sido responsável por seu afastamento da entidade, ao abrir espaço em 2003 para a concorrência do SBT.

Farah determinou numeração fixa nas camisas dos jogadores, com os respectivos nomes. Implantou a parada técnica e spray para marcar posição de bola e da barreira. Instalou a placa eletrônica de tempo de acréscimo nas partidas, e parecia não ter limite para criatividade. Partidas que terminavam empatadas sem gols, os vencedores eram definidos através de cobranças de pênaltis.

No auge de uma gestão bem-sucedida, Farah tentou 'tacada' supostamente revolucionária em 1998. Para repatriar o meia Marcelinho Carioca - que não havia se adaptado ao futebol espanhol, no Valência -, criou o Disk-Marcelinho, concurso entre torcedores dos quatro principais clubes paulistas para adquirir o passe do jogador. Criou uma central telefônica ao custo de R$ 3 para cada ligação, estendida por onze dias, de forma que aquele que tivesse maior percentual de discagem seria o vencedor.

Se Farah projetou que superaria os US$ 7 milhões (cerca de R$ 15 milhões na cotação da época), exigidos pelo Valência, na prática a promoção foi um fiasco, com 580 mil ligações. Assim, o valor arrecadado de R$ 1,74 milhão implicou em renegociação com os espanhois e participação do Corinthians com R$ 4 milhões, que o então presidente Alberto Dualib havia prometido quitar.

Corinthians foi o clube de maior adesão de torcedores, com 62,5%, seguido de São Paulo 20,3%, Santos 9,5% e Palmeiras 7,7%. Logo, Marcelinho pôde reviver no clube momentos marcantes com gols de falta em abundância, tanto que dos 206 marcados em 433 jogos, 59 deles foram naquelas cobranças.

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