sábado, 20 de junho de 2020

Batata, de zagueiro vigoroso a motorista de lotação


Se no futebol de hoje é praticamente proibido escalação de zagueiro com menos de 1,80m de altura, saibam que o Corinthians conquistou o bicampeonato brasileiro 1998/99 com dupla de zaga de estatura inferior: paraguaio Gamarra tem 1,78m e Batata 1,76. Todavia, valiam-se da elogiada impulsão para se sobressaírem pelo alto. Foi o 'casamento' da técnica do estrangeiro com o espírito guerreiro do brasileiro.

O apelido de Batata 'colou' por ter sido flagrado algumas vezes comendo batatas escondido, enquanto a mãe as preparava. Fosse hoje, com aversão dos clubes por apelidos, de certo ele seria identificado pelo prenome do registro de nascimento constante como Wanderley Gonçalves Barbosa, que em novembro próximo vai completar 47 anos de idade.

Embora tivesse nascido em Barra do Piraí (RJ), o início da carreira foi na Inter de Limeira (SP) em 1993, dispensado três meses depois após rebaixamento da equipe às Série A2 do Paulista. Assim, seguiu trajetória no Ituano, esteve no Monterrey (MEX), até ganhar visibilidade a partir de 1998 no Corinthians, quando foi eleito o melhor zagueiro do Paulistão.

Lá ele ficou até 2002, com histórico de 164 partidas, registro de 84 vitórias, 45 empates e 35 derrotas. Marcou seis gols a favor e um contra. E os seus últimos anos de clube foram marcados por lesões. Assim quase não atuou nas conquistas do Mundial de Clubes em 2000 e Rio São Paulo em 2002, pois havia perdido a posição para Fábio Luciano.

Na temporada seguinte se transferiu ao Atlético Mineiro, sem contudo se firmar como titular. A partir daí começou a rodar clubes como Brasiliense (DF), Náutico (PE) e Pogón Szczecin (POL) em 2006, sem que se adaptasse. “Saí do Recife com 42 graus e cheguei na Polônia com menos 28. Quase enlouqueci”, confessou.

Após nova passagem pelo Náutico, ainda atuou no interior pernambucano no Central de Caruaru, até que o encerramento da carreira ocorresse no Salgueiro em 2008, aos 34 anos de idade. “Foi quando comecei a perceber que mais atrapalhava de que ajudava o time. Estava tirando espaço dos garotos. Cheguei a conclusão que estava na hora”.

A identificação com a cidade de Itu fez que lá voltasse a residir, pelo menos três anos atrás. E sem que tivesse migrado para outras atividades no futebol, trabalhava como motorista de lotação com sua perua Kombi.

Nenhum comentário: