Este
21 de novembro marca o 55º ano de uma das maiores goleadas aplicadas
pelo Santos: 11 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto (SP), no
Estádio da Vila Belmiro, com oito gols marcados por Pelé, em jogo
que o placar acusava 7 a 0 ainda no primeiro tempo. De certo os hoje
avós e bisavós que presenciaram a façanha já não se lembram do
time botafoguense daquele sábado chuvoso, e nem associam que o
treinador derrotado foi o saudoso Oswaldo Brandão. Todavia, o também
falecido goleiro Galdino Machado ficou marcado pelos gols sofridos,
apesar de a imprensa da época o ter escolhido como melhor jogador em
campo, pelas defesas praticadas.
Netos
e bisnetos de hoje provavelmente não saibam que o fardamento de
goleiros daquela época nada tinha a ver com esse que está aí.
Camisas eram obrigatoriamente de mangas compridas, com acolchoado no
peito, ombro e cotoveleiras. Calções também tinham proteção de
acolchoado lateral. Já as joelheiras evitavam que pernas fossem
raladas.
Detalhe:
até o início dos anos 80, na delimitação da pequena área,
colocavam camada de areia fina. A justificativa era evitar risco de o
goleiro se machucar durante saltos para praticar defesas, argumento
desmentido posteriormente quando foi plantada grama em todo campo.
Curioso,
naquele período de areia na área, foi a malandragem do atacante Dé
Aranha, do Bangu, em jogo contra o Vasco, nos anos 70. Antes da
cobrança de falta através de Aladim, ele encheu a mão de areia, e
quando o goleiro Andrada foi praticar a defesa ele a jogou no rosto
dele, que não viu a bola. Gol do Bangu, que venceu a partida por 2 a
1.
Machado,
paulistano da Mooca, morreu em Ribeirão Preto no dia 15 de maio de
2015, aos 80 anos de idade. A carreira, iniciada em 1954 no Juventus,
se estendeu até meados da década de 80. Ele brilhou na Ferroviária
de Araraquara, mas a passagem mais longa foi no Botafogo, quando o
time de 1964 era esse: Machado; Ditinho, Hélio Vieira, Tiri e
Carlucci; Berguinho e Adalberto; Zuíno, Alex, Antoninho e Gaze.
Machado
tinha elasticidade nos saltos quando adversários ficavam cara a cara
com ele, saía da meta socando bolas alçadas, e comandava a defesa
aos berros. Depois de Botafogo e Ferroviária, ainda atuou na Ponte
Preta e XV de Piracicaba. Como treinador, em equipes do interior
paulista, não prosperou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário