domingo, 3 de novembro de 2019

Machado, goleiro que sofreu 11 gols em um só jogo


Este 21 de novembro marca o 55º ano de uma das maiores goleadas aplicadas pelo Santos: 11 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto (SP), no Estádio da Vila Belmiro, com oito gols marcados por Pelé, em jogo que o placar acusava 7 a 0 ainda no primeiro tempo. De certo os hoje avós e bisavós que presenciaram a façanha já não se lembram do time botafoguense daquele sábado chuvoso, e nem associam que o treinador derrotado foi o saudoso Oswaldo Brandão. Todavia, o também falecido goleiro Galdino Machado ficou marcado pelos gols sofridos, apesar de a imprensa da época o ter escolhido como melhor jogador em campo, pelas defesas praticadas.

Netos e bisnetos de hoje provavelmente não saibam que o fardamento de goleiros daquela época nada tinha a ver com esse que está aí. Camisas eram obrigatoriamente de mangas compridas, com acolchoado no peito, ombro e cotoveleiras. Calções também tinham proteção de acolchoado lateral. Já as joelheiras evitavam que pernas fossem raladas.

Detalhe: até o início dos anos 80, na delimitação da pequena área, colocavam camada de areia fina. A justificativa era evitar risco de o goleiro se machucar durante saltos para praticar defesas, argumento desmentido posteriormente quando foi plantada grama em todo campo.

Curioso, naquele período de areia na área, foi a malandragem do atacante Dé Aranha, do Bangu, em jogo contra o Vasco, nos anos 70. Antes da cobrança de falta através de Aladim, ele encheu a mão de areia, e quando o goleiro Andrada foi praticar a defesa ele a jogou no rosto dele, que não viu a bola. Gol do Bangu, que venceu a partida por 2 a 1.

Machado, paulistano da Mooca, morreu em Ribeirão Preto no dia 15 de maio de 2015, aos 80 anos de idade. A carreira, iniciada em 1954 no Juventus, se estendeu até meados da década de 80. Ele brilhou na Ferroviária de Araraquara, mas a passagem mais longa foi no Botafogo, quando o time de 1964 era esse: Machado; Ditinho, Hélio Vieira, Tiri e Carlucci; Berguinho e Adalberto; Zuíno, Alex, Antoninho e Gaze.

Machado tinha elasticidade nos saltos quando adversários ficavam cara a cara com ele, saía da meta socando bolas alçadas, e comandava a defesa aos berros. Depois de Botafogo e Ferroviária, ainda atuou na Ponte Preta e XV de Piracicaba. Como treinador, em equipes do interior paulista, não prosperou.

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