segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Alex Alves, no campo um atleta feliz


 Segundo a tradição rabínica, foi Salomão quem escreveu a carta bíblica de Eclesiastes, que no capítulo 1:11 cita que 'ninguém se lembra dos que viveram na antiguidade, e aqueles que ainda virão tampouco serão lembrados pelos que vierem depois deles'. Eis aí uma absoluta verdade. Afinal, quem ainda se lembra do artilheiro das cambalhotas Alex Alves, atacante de beirada morto aos 37 anos de idade, em novembro de 2012?

 À época foi uma morte impactante, até porque havia parado de jogar dois anos antes. Ele foi vítima de doença rara das células-tronco hemotopoéticas, causada por mutação de um gene ligado ao cromossomo X, que atinge apenas dez pessoas no universo de um milhão. Um dos sintomas é a urina escurecida no período noturno; outro são infecções recorrentes.

 Alex Alves do Nascimento travou batalha incansável pela cura, submetendo-se a transplante de medula, doada por um de seus irmãos. Nos tempos de atleta ele transmitia a sensação de viver na plenitude. Irradiava satisfação a cada gol marcado. Cambalhotas eram a marca registrada. E tal como no campo, fora dele demonstrava irreverência com cabelos pintados e arrumados de seu jeito.

 Esse hábito se repetiu a partir de 1992, quando iniciou a carreira no Vitória da Bahia, e foi eleito 'Bola de Prata' da revista Placar daquela temporada. E só mudou de comportamento em 2007 quando a doença HPN (Hemoglobinúria Paroxística Noturna) se manifestou e abreviou o encerramento da carreira em 2010, no União Rondonópolis (MT).

 Naqueles 18 anos de profissionalismo atuou como ponteiro-direito veloz que fechava em diagonal nas proximidades da área adversária, e fez gols em abundância. Teve histórico coroado com títulos. Com 1,79m de altura, no Palmeiras festejou o Campeonato Brasileiro de 1994. No Cruzeiro atingiu a fase áurea com a conquista da Libertadores de 1997, e dois anos depois foi artilheiro do Brasileiro com 22 gols. Na passagem pelo clube, com 114 jogos, marcou 55 gols.

 O bom desempenho abriu-lhe portas para ingressar em clubes do exterior. Consta da biografia que atuou pelo Hertha Berlim da Alemanha, Boa Vista de Portugal e Kavale da Grécia, em passagens entremeadas com retorno ao Brasil para defender Atlético Mineiro, Portuguesa, Vasco, Fortaleza, Juventude e União Rondonópolis.

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