domingo, 24 de novembro de 2019

Amaral, zagueiro clássico de Seleção Brasileira


 Saudoso Vicente Matheus, enquanto presidente do Corinthians, veio buscar no Guarani o zagueiro João Justino Amaral dos Santos em 1978. E o contratou porque raramente ele era driblado, tinha o tempo exato de bola para antecipar adversários e, talentoso, ao desarmá-los sabia driblá-los para limpar a jogada e valorizar a saída de bola, diferentemente da 'becaiada' de hoje que chuta para o lado que o nariz está virado.

 Em bola alçada contra a sua área, em vez de interceptá-la de cabeça sem mirar o rumo, quando estava desmarcado procurava amortecê-la no peito. E não foi por acaso. Soube extrair características de zagueiros clássicos que os admirava como Ramos Delgado, Joel Camargo, Djalma Dias e Roberto Dias, todos já falecidos.
Essas virtudes o colocaram na Seleção Brasileira a partir de 1976, passaram pela condição de titular absoluto na Copa do Mundo de 1978 na Argentina, totalizando 56 jogos.

 A estreia dele no Corinthians deu-se em 1º de julho de 1978, na derrota para o Bahia por 1 a 0, no Estádio da Fonte Nova. O time? Jairo; Cláudio Mineiro, Moisés, Amaral e Wladimir; Ruço, Palhinha e Ademir Vicente; Geraldão, Rui Rei e Romeu. Na prática, na maioria das vezes fez dupla de zaga com Mauro, e de lá saiu em 1981, em transferência ao Santos.

 A sequência da carreira foi no futebol mexicano por quatro anos, até que retornou ao Brasil para encerramento no Blumenau (SC), ocasião em que voltou a residir na cidade de São Paulo e passou a empresariar jogadores, principalmente para o México. Em dezembro próximo ele vai completar 65 anos de idade, e ainda lembra com orgulho o início de carreira no Guarani. O estágio na categoria juvenil foi relâmpago. Apesar de franzino, o saudoso treinador Armando Renganeschi o lançou na equipe principal aos 16 anos de idade, em 1969.

 Não há como esquecer a experiência feita pelo saudoso treinador bugrino Zé Duarte de improvisá-lo como centroavante durante excursão na Ásia, quando marcou dois gols dos 4 a 0 contra time de segunda divisão do Irã. E ainda teve participação ativa nos dois outros gols marcados pela meia Washington.

Todavia, na primeira insistência em mantê-lo como centroavante, num jogo em Campinas, a torcida protestou. Aí o treinador se rendeu, mas fez questão de fazer observação: "Se ele optasse por ser atacante ganharia muito mais dinheiro na carreira".

Nenhum comentário: