Se
hoje treinadores são impiedosamente demitidos, outrora o dirigente
não se influenciava por correntes externas, e dava apoio ao
profissional até o limite. Afora isso, sem verbas publicitárias e
da televisão, também sabia gerir finanças com receita de
bilheteria e respaldo na outrora lei do passe, que abastecia os
cofres nas vendas de passes de jogadores.
Exemplo
de sobrexistência sólida de clube até os anos 80 foi o Juventus,
com imponente sede administrativa de cinco mil metros quadrados de
área construída, distribuída em seis pavimentos. Ela, o complexo
poliesportivo e estádio ficam na zona oeste de São Paulo. O Conde
Rodolpho Crespi - popularmente conhecido por Rua Javari -, sequer
comporta dez mil pessoas. E nem precisa ser maior, pois apenas as
costumeiras testemunhas vão aos jogos.
A
inigualável marca de 137 mil associados, alcançada até meados da
década de 80, era formada por torcedores de grandes clubes
paulistas, que se valiam da ótima localização. Se à época o
quadro social ajudava a abastecer o deficitário departamento de
futebol, hoje 'piscineiros' migraram para entretenimento em
condomínios residenciais, casas de campo, praias, e assim provocaram
esvaziamento no fichário de cadastros. E isso se aplica, por
extensão, aos demais clubes.
Outrora
presidido pelo saudoso José Ferreira Pinto, o Zé da Farmácia, o
Juventus tinha influência em decisões do Conselho Arbitral da
Federação Paulista de Futebol, com reflexo benéfico quando da
iminencia de rebaixamento. Apesar disso, nas modestas montagens de
suas equipes, o Juventus surprendia grandes clubes, e por isso foi
identificado como Moleque Travesso. Lembram-se de Ataliba? Foi um
ponteiro-direito catimbeiro, veloz e imprevisível. Tanto perdia gols
feitos, como também marcava outros de raríssima beleza. O clube foi
campeão da Taça de Prata de 1983 - equivalente à série B do
Brasileiro -, ao ganhar do CSA por 1 a 0 no Estádio do Parque São
Jorge, com Candinho como técnico.
O
Juventus foi fundado em 20 de abril de 1924 por funcionários do
Contonifício Rodolpho Crespi com o nome Extra São Paulo. Em 1928
foi chamado de Contonifício Rodolpho Crespi Futebol Clube. Só em
1930 se transformou em Clube Atlético Juventus, campeão do
Campeonato Amador de São Paulo de 1934. O clube disputou o último
Campeonato Paulista da Série A2.
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