domingo, 15 de setembro de 2019

Mesmo gordo, Marião jogou em grandes clubes


 Quando chegou ao Corinthians, em 2009, o atacante Ronaldo Fenômeno pesava 115 quilos. Rigorosa dieta alimentar e exercícios serviram para que reduzisse a gordura e completasse o biênio projetado. Atacante Rodrigão, 92 quilos distribuídos em 1,86m de altura, concorre à artilharia pelo Coritiba. Alex Mineiro, do Vila Nova (GO), ainda briga para murchar a barriga.

 Inter (RS), São Paulo, Sport e Atlético Paranaense bancaram o zagueiro Mário Gomes Amado, o Marião, mesmo com variação de peso entre 97 a 100 quilos. Quando atuou pelo Grêmio Santanense, de São José dos Campos (SP), onde encerrou a carreira, pesava 107 quilos. Ele morreu no dia 24 de agosto de 2011, aos 59 anos de idade, em decorrência de problemas cardíacos.

 Se foi zagueiro ‘cintura dura’, fama de grosso, reconhecia-se a sabedoria ao usar a caixa torácica avantajada para evitar drible da vaca do adversário, em época que a arbitragem interpretava esse estilo como jogo de corpo e jogada normal. Assim, ele teve o seu espaço nas décadas de 70 e 80, quando admitia-se zagueiros gordos.

 Jornalistas gentis definiam Marião como zagueiro forte, de ótimo vigor físico, sem contudo esconder a lentidão. Isso se caracterizava ao enfrentar atacantes rápidos como Juari, do Santos. Numa das raras vezes que levou a melhor naquele duelo, o São Paulo venceu por 2 a 1, em partida válida pelo terceiro turno do Campeonato Paulista de 1979, com 73.803 pagantes no Estádio do Morumbi.

 Naquela vitória são-paulina jogaram Waldir Peres; Getúlio, Marião, Tecão e Antenor (Estevam); Chicão, Teodoro e Dario Pereyra; Edu Bala, Serginho (Viana) e Zé Sérgio. Vinculado ao São Paulo, ele atuou 50 vezes de 1978 a 1980, até a chegada de Oscar Bernardes. Foi quando o consideraram sortudo por atuar ao lado de craques, sem que se negassem as qualidades dele como pessoa.

 Na passagem pelo Sport Recife a partir de 1980, Marião foi campeão pernambucano duas vezes nos anos subsequentes. Há registro que teve atuação regularíssima na vitória sobre o Náutico por 2 a 0 em 1981, na primeira comemoração, época em que os clubes não dispunham de tecnologia sofisticada para dimensionar a capacidade física dos atletas. Os métodos adotados pelos profissionais careciam de cunho científico.

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