segunda-feira, 17 de junho de 2019

Lazaroni saiu desgastado da Seleção Brasileira



 O sonoro apelido Tião já esteve incorporado ao futebol décadas passadas. Um deles foi companheiro de meio de campo de Roberto Rivellino no Corinthians, e atuava como volante. Mesma posição, procedente do Botafogo (RJ), chegou ao Guarani Tião Macalé, já falecido.

 Hoje, raros são os filhos registrados com prenome Sebastião, cujo sufixo da palavra decorre o apelido. Todavia, há quase 69 anos nascia o carioca Sebastião Barroso Lazaroni, que galgou o cargo de treinador da Seleção Brasileira em 1989, sem que fosse identificado como Tião, mas acabou amaldiçoado por torcedores brasileiros com a perda da Copa do Mundo de 1990, na Itália.

 Ano anterior, o saudoso presidente do Vasco, Eurico Miranda, persuadiu o recém-empossado presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a colocar Lazaroni como treinador da Seleção Brasileira, mesmo com raso currículo de cinco anos na função. Havia pesado na balança conquistas de três títulos regionais nas passagens por Flamengo e Vasco.

 Se a indicação teve respaldo dos cariocas, enfrentou resistência em outros Estados brasileiros, a começar pelos baianos, indignados pelo centroavante Charles, do Bahia, ter sido relegado da convocação à Seleção Brasileira, à Copa América de 1989.

 Como o país sediou aquela competição, paradoxalmente a estreia ocorreu no Estádio da Fonte Nova, em Salvador, com vaias na vitória por 3 a 1 diante da Venezuela. Aí, a conquista do título referendou continuidade do trabalho e aflorou a arrogância de Lazaroni, que ignorou clamores da mídia paulistana pela convocação do meia Neto àquela Copa, justamente no período em que ele atravessava a melhor fase da carreira, atuando pelo Corinthians.

 Como a Seleção Brasileira jamais convenceu naquele Mundial, foi despachada pela Argentina na derrota por 1 a 0, nas oitavas-de-final, a demissão de Lazaroni foi sintomática. Cobrado por ter preterido Neto, a justificativa do treinador foi tida como inconsistente: “Não atendia aos requisitos exigidos de comportamento”.

 Natural que o bocudo Neto respondesse com aspereza, e o treinador ficasse com a pecha de fracassado, com consequente 'encurtamento' no mercado de trabalho nacional. Restou, então, articulações para abrir portas no exterior. Comandou as seleções do Catar e Jamaica, assim como, entre outros clubes, Fiorentina (ITA), Fenerbahçe (TUR), e Yokohama (JAP).

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