O
sonoro apelido Tião já esteve incorporado ao futebol décadas
passadas. Um deles foi companheiro de meio de campo de Roberto
Rivellino no Corinthians, e atuava como volante. Mesma posição,
procedente do Botafogo (RJ), chegou ao Guarani Tião Macalé, já
falecido.
Hoje,
raros são os filhos registrados com prenome Sebastião, cujo sufixo
da palavra decorre o apelido. Todavia, há quase 69 anos nascia o
carioca Sebastião Barroso Lazaroni, que galgou o cargo de treinador
da Seleção Brasileira em 1989, sem que fosse identificado como
Tião, mas acabou amaldiçoado por torcedores brasileiros com a perda
da Copa do Mundo de 1990, na Itália.
Ano
anterior, o saudoso presidente do Vasco, Eurico Miranda, persuadiu o
recém-empossado presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a colocar
Lazaroni como treinador da Seleção Brasileira, mesmo com raso
currículo de cinco anos na função. Havia pesado na balança
conquistas de três títulos regionais nas passagens por Flamengo e
Vasco.
Se
a indicação teve respaldo dos cariocas, enfrentou resistência em
outros Estados brasileiros, a começar pelos baianos, indignados pelo
centroavante Charles, do Bahia, ter sido relegado da convocação à
Seleção Brasileira, à Copa América de 1989.
Como
o país sediou aquela competição, paradoxalmente a estreia ocorreu
no Estádio da Fonte Nova, em Salvador, com vaias na vitória por 3 a
1 diante da Venezuela. Aí, a conquista do título referendou
continuidade do trabalho e aflorou a arrogância de Lazaroni, que
ignorou clamores da mídia paulistana pela convocação do meia Neto
àquela Copa, justamente no período em que ele atravessava a melhor
fase da carreira, atuando pelo Corinthians.
Como
a Seleção Brasileira jamais convenceu naquele Mundial, foi
despachada pela Argentina na derrota por 1 a 0, nas oitavas-de-final,
a demissão de Lazaroni foi sintomática. Cobrado por ter preterido
Neto, a justificativa do treinador foi tida como inconsistente: “Não
atendia aos requisitos exigidos de comportamento”.
Natural
que o bocudo Neto respondesse com aspereza, e o treinador ficasse com
a pecha de fracassado, com consequente 'encurtamento' no mercado de
trabalho nacional. Restou, então, articulações para abrir portas
no exterior. Comandou as seleções do Catar e Jamaica, assim como,
entre outros clubes, Fiorentina (ITA), Fenerbahçe (TUR), e Yokohama
(JAP).
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