sexta-feira, 5 de abril de 2019

Walfrido, o cabeceio que lembra ‘Gustagol’


 Quem vê o centroavante Gustavo, o ‘Gustagol’ do Corinthians, mostrar incrível impulsão no salto, girar a cabeça no ar para calcular a direção do cabeceio, e geralmente acertar a testada fora do alcance do goleiro adversário, deve saber que no passado incontáveis jogadores da posição tinham a mesma postura.

 Nos anos 60 e 70 o Vasco contava com o espigado centroavante Walfrido, de idêntica característica para cabeceio. A impulsão dele acima da média resultou no apelido de ‘espanador da lua’, com consequentes gols de cabeça.

 No Vasco a partir de 1968, após passagem perlo Sport Recife, ele entrou para a história como autor de gols espíritas e perdas de outros inacreditáveis. Apesar disso, participou do time vascaíno que em 1970 quebrou jejum títulos do Campeonato Carioca após 12 anos, quando a equipe contava com essa formação: Andrada: Fidélis, Moacir, Renê e Batista; Alcir e Buglê; Jaílson, Walfrido, Silva Batuta e Gílson Nunes. O treinador era Élbua de Pádua Lima, o Tim.

 Daquela conquista, Walfrido destacou a forma exuberante do ponta-de-lança Silva Batuta. “Ele se movimentava. Abria espaços quando recuava para armar as jogadas, e penetrava para conclui-las”. Todavia também comentou a desconfiança provocada pelo zagueiro Renê. "Ele era imprevisível, capaz de fazer tanto jogadas excelentes como gols contra bisonhos”.

 Décadas passadas, o Vasco escreveu histórias de centroavantes goleadores. Precederam Walfrido três nordestinos: inicialmente Ademir de Menezes, Vavá e Almir Pernambuquinho, todos nos anos 50. Depois de Walfrido, o Vasco contou com goleadores como Roberto Dinamite, Romário e Edmundo.

 A convite do saudoso presidente vascaíno Eurico Miranda, Walfrido chegou a trabalhar em escolinhas do clube, e posteriormente transferido à função de auxiliar de treinador dos juniores. Ao se desligar do clube, seguiu morando no bairro do Estácio, no centro do Rio de Janeiro.

 Em visitas ao Estádio São Januário, para receber homenagem do clube, Walfrido se emocionou ao receber camisa personalizada, e não se desgrudou da faixa de campeão de 70, levada pela esposa Solange. Ele fez questão de pisar na grande área do gramado, local preferido nos seus tempos. Também percorreu dependências como sala de troféus e arquibancada.

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