segunda-feira, 15 de abril de 2019

De Leon representa símbolo da raça uruguaia


 Quando qualquer equipe uruguaia entra em campo, logo se fala do espírito guerreiro dos atletas, que vendem caríssimo uma derrota. Neste contexto está inserido o ex-zagueiro Hugo Eduardo de Leon Rodriguez, natural de Rivera, colecionador de títulos, e que em fevereiro passado completou 61 anos de idade.

 Aplausos para De Leon começaram em 1977, no Nacional de Montevidéu, e se intensificaram três anos depois com conquista da Libertadores, ao lado do goleiro Rodolfo Rodriguez. Na época, ele já se caracterizava como zagueiro que prevalecia nas bolas divididas. Com 1,87m de altura, se impunha no jogo aéreo defensivo, e era autêntico líder de sua equipe.

 A transferência ao Grêmio (RS) em 1981 serviu para que mantivesse o prestígio, com consequente conquista do segundo título da Libertadores em 1983, na decisão contra o Peñarol, ano em que também conquistou o Mundial de Clubes, na vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo.

 Na foto em que levou a taça da Libertadores pelo Grêmio, rosto, barba e cabelo comprido ficaram banhados de sangue, após se enroscar em parafuso dela. Aquela fisionomia contrasta com ralos cabelos que ainda lhe restam.

 Provocativo, naquela conquista jogou com a camisa do Nacional por baixo, assim como repetiu o atrevimento no Mundialito de 82, em Montevidéu, na conquista do Uruguai sobre o Brasil. Ele confrontou o governo militar de seu país ao vestir, por baixo, a camisa do Grêmio, e assim perdeu o direito de receber automóvel popular prometido aos jogadores.

 A decadência na carreira começou no Corinthians em 1984, quando o então presidente Waldemar Pires realizou a maior contratação de clubes brasileiros à época, ao aproveitar o caixa gordo pela venda do passe do meia Sócrates à Fiorentina.

 As oscilações do Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1984 serviram para reformulação do elenco, com De Leon entre os dispensáveis no ano seguinte. Depois, passagens por Santos, Logroñes (ESP), Botafogo (RJ) Toshiba (JAP) e River Plate (ARG) igualmente não convincentes. Assim, restou o encerramento da carreira no Nacional em 1992. Também ficou o histórico no selecionado uruguaio em três ocasiões, entre 1977 e 1990, e como treinador de Ituano, Fluminense, Nacional e Grêmio.

Nenhum comentário: