domingo, 10 de março de 2019

Amaral protagoniza deliciosas histórias no futebol


 Quem se dispuser a fazer narrativa sobre o volante Amaral, que fez sucesso no Palmeiras, Corinthians, Vasco, Grêmio, Atlético Mineiro e Seleção Brasileira, obrigatoriamente tem que priorizar o estilo bonachão dele fora de campo. São incontáveis histórias que passam pela culinária da Indonésia, quando, desinformado, confessa ter degustado carne de rato em vez de filé de frango.

 Naquele país asiático Amaral jogou no Monado United e Persevaya, passou pela Turquia, enquanto no Japão, durante amistoso do Palmeiras, ficou perplexo com reação de massagista adversário que jogou água em seu olho caído, em vez socorrê-lo de pancada recebida no tornozelo.

 Semianalfabeto confesso, Amaral não se constrange com as derrapadas. No auge da carreira em 1995, na passagem pela Seleção Brasileira, em jogo na África do Sul, perguntaram-lhe sobre o regime apartheid, e a resposta entrou para os anais do futebol: “Se for jogador perigoso, vou fazer marcação individual sobre ele”.

 Por onde passou Amaral deu ‘bola fora’, e se diverte das trapalhadas. Ao ingressar na base do Palmeiras em 1992, foi solicitado que colocasse seu nome em tubos com coletas de urina e fezes, dos exames obrigatórios. “Aí eu escrevi xixi e cocô”.

 Todavia, ainda no Palmeiras, foi ‘zoado’ pelos companheiros quando, após jogo em Recife, os convidou para diversão no ‘Forró do Gerson’. Amaral confundiu alhos com bulhados, pois a fila vista no local indicado referia-se à loja de forro e gesso.

 No gramado, Amaral foi um marcador implacável, mas sempre será lembrado pelo drible elástico que o ex-atacante Romário lhe aplicou, com desfecho do lance em gol, quando o volante defendia o Corinthians em 1999. Dois anos antes começou seu vaivém Brasil-Europa, com extrema dificuldade de adaptação no velho continente, nas passagens por Itália, Portugal e Polônia.

 Embora não haja semelhança com o consagrado quarto-zagueiro João Justino Amaral dos Santos, do Corinthians, o apelido de Amaral colou no capivariano Alexandre da Silva Mariano, que em fevereiro completou 46 anos, e foi no clube de sua cidade, há quatro anos, que encerrou a carreira de atleta, com lembranças da infância quando prestava serviço em funerária. Ele preparava corpos para sepultamento.

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