domingo, 24 de março de 2019

Adeus ao lateral-esquerdo Airton


 A morte neste 23 de março do então lateral-esquerdo Airton Ravagniani, aos 59 anos de idade, campeão paulista pelo São Paulo em 1980, nos remete às intermináveis discussões sobre gargalos enfrentados por pacientes vítimas de câncer, que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde). O ex-são-paulino não resistiu a enfermidade que atacou intestino e fígado.

 Vigora, desde maio de 2013, lei que prevê a paciente diagnosticado com câncer tratamento em no máximo 60 dias. Todavia, persiste desobediência à Constituição de 1988, quando cita como dever do Estado garantir Saúde a toda população. É que o citado prazo não tem sido rigorosamente respeitado até no Estado de São Paulo, que oferece as melhores condições de atendimento no país.

 Além disso, paciente inserido no SUS - como foi o caso do lateral Airton - enfrenta filas para agendamento até na passagem inicial com o clínico geral. Aí, em caso de suspeita da doença após exames laboratoriais de praxe, é feito o encaminhamento ao oncologista, geralmente em filas ainda maiores.

 Quando do diagnóstico de câncer, dois meses de espera para início do tratamento - cirurgia, quimioterapia e radioterapia - podem ser tardios no enfrentamento da doença. E esse foi o caso de Airton, que em março do ano passado passou a se queixar de infecção urinária. Posteriormente enfrentou jornada desafiadora, visto que não contava com plano de saúde.

 Passagem marcante de Airton como atleta foi no São Paulo, com 90 partidas, caracterizado como marcador. Ele atuou num time formado por Waldir Peres; Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Airton; Almir, Renato e Heriberto; Paulo César, Serginho Chulapa e Zé Sérgio. Depois, com a chegada de Marinho Chagas, Airton foi jogar no Flamengo e ainda passou por Grêmio (RS), Sport (PE), América (RJ), Avaí, São Caetano e Paulista de Jundiaí, ambos de SP.

 Airton nasceu na capital paulista, morava em Rio Claro, e antes de adoecer conduzia a sua escolinha de futebol para garotos. Amigos de clube até organizaram jogo beneficente para ajudá-lo no custeio da doença, e por fim a internação em hospital de São Carlos, onde morreu.

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