Décadas passadas, quando comerciais da marca
Bozzano eram veiculados no rádio, ouvia-se através do vozeirão do saudoso
radialista Oliveira Neto essa mensagem: ‘Lembram-se de minha voz? Ela continua
a mesma. Mas os meus cabelos! É que para eles tem o creme rinse colorama. Um
produto: Bozzano’.
Pois o goleiro Tobias, de cabelos compridos e
encaracolados, se transformou em ídolo do Guarani nos primeiros quatro anos da
década de 70. E depois do encerramento da carreira no Bangu, em 1986, os
cabelos rarearam até que a calvície ficasse acentuada.
Tobias chegou ao Corinthians em 1975,
respaldado pela característica de goleiro ágil. A permanência no clube se
estendeu durante cinco anos, mas o marcante foi em 1976. Na fase semifinal do
Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, foi um dos heróis da classificação
à finalíssima contra o Inter (RS), ao praticar duas defesas na definição
através dos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal, no Estádio do
Maracanã.
O jogo entrou para a história como ‘invasão
corintiana’ no Rio de Janeiro, com 70 mil torcedores, que na ocasião contava
com esse time: Tobias; Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Givanildo
(Basílio), Ruço e Neca; Vaguinho, Geraldão (Lance) e Romeu.
No desjejum de títulos do Corinthians em 13 de
outubro de 1977, Tobias já não era absoluto da meta na final do Campeonato
Paulista, contra a Ponte Preta. O treinador Oswaldo Brandão havia programado
revezamento de goleiros, mas por sorte ele foi titular nas vitórias da primeira
e terceira partida, enquanto Jairo atuou na derrota por 2 a 1.
Dois anos depois, durante repetição dos
finalistas do Campeonato Paulista, Tobias estava na reserva de Jairo, em outro
título corintiano contra a Ponte, ano em que foi transferido ao Sport Recife,
clube que já havia defendido num rápido empréstimo em 1971, quando vinculado ao
Guarani.
Ainda adolescente, Tobias tinha inclinação
pelo basquete e apenas se divertia no futebol em time varzeano. Foi quando
dirigentes do Noroeste de Bauru o levaram às categorias de base. Depois o
Guarani o contratou para suceder o saudoso Sidney Poli. Os últimos clubes foram
Fluminense, Rio Negro (AM) e Bangu. Ele já completou 69 anos de idade.
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