segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Dinamite, ídolo que fracassou na presidência


 É raridade ex-atleta e ídolo da torcida encarar desafio de presidir o clube em que atuou. Pois estimulado por amigos vascaínos o então atacante Roberto Dinamite assumiu a empreitada em junho de 2008, sem chances de reestruturar erros no futebol provocados pela gestão Eurico Miranda, resultando em rebaixamento da equipe à Série B do Campeonato Brasileiro.

 Em dezembro de 2013, quando o torcedor vascaíno viu a repetição do filme, e atribuiu-lhe responsabilidade integral, a desolação dele implicou em distância do Estádio São Januário.

 São mágoas que ele não esconde, mas repete que o Vasco não lhe deve nada, assim como ele - enquanto jogador - nada deve ao clube, fato confirmado pela história com títulos do Campeonato Brasileiro de 1974 e das competições estaduais de 1977, 1982 e 1987.

 Ele jogou 1.100 partidas pelo Vasco, das 1.201 na carreira. O histórico é de 744 gols desde 1971, inicialmente como centroavante rompedor e consciente das limitações. Aí trabalhou para aprender ocupar espaços nos lados do campo, construir jogadas, e foi identificado pela frieza para enfrentar goleiros, pegar forte na bola em cobranças de faltas, e explorar a estatura de 1,86m de altura para cabeceio. O Corinthians provou desse ‘veneno’ em 1980, quando ele marcou cinco gols na goleada sofrida por 5 a 2, no Rio de Janeiro. Logo, era nome obrigatório em convocações à Seleção Brasileira.

 Na temporada seguinte, com 62 gols marcados, superou o meia flamenguista Zico, com 45 gols. Perseverante, Dinamite suplantava adversidades como a da morte da esposa Jurema, que tinha participação ativa em sua carreira. Por se intrometer e endurecer em renovações de contratos do marido, era tida como macumbeira pelos cartolas.

 Na presidência, no primeiro mandato, dois fatos marcantes para Dinamite: imagens de um jovem torcedor ameaçando se jogar da marquise do Estádio São Januário, após derrota para o Vitória (BA) por 2 a 0, que implicou em queda à segunda divisão. Foi quando apreensivos torcedores estenderam um bandeirão com finalidade de amortecer eventual queda, enquanto em outra linha de atuação bombeiros conseguiram imobilizá-lo.

 Depois, o imediato retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, desmobilização da tímida oposição capitaneada pelo ex-presidente Eurico Miranda, e conquista da Copa do Brasil de 2011.

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