É raridade ex-atleta e ídolo da torcida
encarar desafio de presidir o clube em que atuou. Pois estimulado por amigos
vascaínos o então atacante Roberto Dinamite assumiu a empreitada em junho de
2008, sem chances de reestruturar erros no futebol provocados pela gestão
Eurico Miranda, resultando em rebaixamento da equipe à Série B do Campeonato
Brasileiro.
Em dezembro de 2013, quando o torcedor
vascaíno viu a repetição do filme, e atribuiu-lhe responsabilidade integral, a
desolação dele implicou em distância do Estádio São Januário.
São mágoas que ele
não esconde, mas repete que o Vasco não lhe deve nada, assim como ele -
enquanto jogador - nada deve ao clube, fato confirmado pela história com títulos do Campeonato Brasileiro de 1974 e das
competições estaduais de 1977, 1982 e 1987.
Ele jogou
1.100 partidas pelo Vasco, das 1.201 na carreira. O histórico é de 744 gols desde
1971, inicialmente como centroavante rompedor e consciente das limitações. Aí
trabalhou para aprender ocupar espaços nos lados do campo, construir jogadas, e
foi identificado pela frieza para enfrentar goleiros, pegar forte na bola em
cobranças de faltas, e explorar a estatura de 1,86m de altura para cabeceio. O
Corinthians provou desse ‘veneno’ em 1980, quando ele marcou cinco gols na
goleada sofrida por 5 a 2, no Rio de Janeiro. Logo, era nome obrigatório em
convocações à Seleção Brasileira.
Na temporada seguinte, com 62 gols marcados,
superou o meia flamenguista Zico, com 45 gols. Perseverante, Dinamite
suplantava adversidades como a da morte da esposa Jurema, que tinha
participação ativa em sua carreira. Por se intrometer e endurecer em renovações
de contratos do marido, era tida como macumbeira pelos cartolas.
Na presidência, no primeiro mandato, dois
fatos marcantes para Dinamite: imagens de um jovem torcedor ameaçando se jogar
da marquise do Estádio São Januário, após derrota para o Vitória (BA) por 2 a
0, que implicou em queda à segunda divisão. Foi quando apreensivos torcedores
estenderam um bandeirão com finalidade de amortecer eventual queda, enquanto em
outra linha de atuação bombeiros conseguiram imobilizá-lo.
Depois, o imediato retorno à Série A do
Campeonato Brasileiro, desmobilização da tímida oposição capitaneada pelo
ex-presidente Eurico Miranda, e conquista da Copa do Brasil de 2011.
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