segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Búfalo Gil, o artilheiro da ‘máquina tricolor’ do Fluminense


 Nas entrevistas coletivas em clubes, jogadores medem palavras e o conteúdo basicamente é insignificante. Isso contrasta com espontaneidade do passado, quando o questionado dizia exatamente aquilo que pensava, como o mineiro de Nova Lima Gilberto Alves, conhecido nos anos 70 como Búfalo Gil, que ‘dedurou’ o saudoso presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desporto), João Havelange, antes da Copa de 1978, na Argentina. “Ele disse que estava muito feliz com a gente, mas nos revelou que queria que a Argentina fosse campeã. Ninguém entendeu nada.”

 Quando ousam citar-lhe que jogadores do passado não teriam espaço no futebol de hoje, a resposta é áspera: “Jogadores atuais não teriam condição nem de entrar no nosso vestiário. Eu era forte e batia bem na bola. Duvido alguém correr 100m em 11 segundos como eu fazia”.

 Búfalo Gil participou da ‘máquina tricolor’ do Fluminense bicampeã carioca em 1975-76, conduzida pelo revolucionário presidente Francisco Horta, que contava com jogadores como Rivellino, Paulo César Caju, Manfrini, Toninho e Marco Antonio.

 Lançamentos milimétricos de Rivellino não davam chances para que Gil fosse alcançado pelos adversários, fazendo a diagonal a partir da ponta-direita. O apelido Búfalo foi justificado pela rapidez e compleição física. Assim foi goleador da equipe naquele biênio: 58 gols, o que permitiu desforrar àqueles que o chamavam de ‘bonde’ na chegada ao clube, quando atuava como centroavante. De 1974 e 1976, ele jogou 172 partidas e marcou 75 gols.

 Sem papas na língua, comparou o gramado das Laranjeiras como pasto, e agrediu o companheiro Cléber após discussão. A partir de 1977 atuou três temporadas no Botafogo. Depois seguiu para Corinthians, Coritiba, Múrcia (ESP), Farense (POR), novamente Botafogo, Avaí, Sport, Fortaleza e Alianza (PER). A carreira de 20 anos foi encerrada em 1986, totalizando 569 gols.

 Após início no Villa Nova (MG), Uberlândia e patinar no Cruzeiro, o Comercial (MS) deu-lhe a chance para decolar na carreira e se transferir ao Fluminense. Foram 40 jogos e 12 gols pela Seleção Brasileira, entre 1976 e 1978, inclusive titular na Copa do Mundo da Argentina. Foi treinador de Botafogo e até no exterior. Na véspera do próximo Natal vai completar 68 anos de idade.

Nenhum comentário: