domingo, 29 de julho de 2018

Joelho abrevia carreira do flamenguista Lico


 Duas constatações sobre o ex-atacante Lico do Flamengo: até a década de 80 havia uma cultura no futebol brasileiro de acomodar bons pontas-de-lança como falsos ponteiros-esquerdos, com finalidade de que as equipes pudessem dispor do maior número de talentos. Igualmente foi um período em que a atrasada ortopedia brasileira desamparava jogadores que dependiam de cirurgias de joelhos.

 Pois a carreira de Antonio Nunes, o Lico, foi abreviada aos 33 anos de idade, em 1984, após duas lesões de joelho. Exatamente quando o meia Zico se transferiu à Udinese da Itália em 1983, a projeção natural era que Lico fosse fixado como substituto na posição, mas foi obrigado a encerrar a carreira. Assim, retornou a Santa Catarina na tentativa de continuidade no futebol em outra função.

 Inicialmente tentou repassar a experiência de atleta como treinador, mas a atribuição requer gestão de grupo e psicologia para triagem da problemática no elenco. Na prática, Lico só pode ser definido como quem tem boa visão de jogo, insuficiente à atribuição.

 A continuidade ao meio foi como gerente de futebol de Londrina, Avaí e Joinville, até migrar-se à pasta de secretário de esportes da cidade catarinense de Imbituba. Agora, na iminência de completar 67 anos de idade em 9 de agosto, se ocupa como orientador de garotos de escolinha de futebol naquele município praiano.

 Como apareceu como ‘aposta’ no América de Joinville em 1970, acabou emprestado ao Grêmio em 1973, mas durante seis meses ficou na reserva. Aí, de volta ao futebol catarinense, atingiu o auge da carreira no Joinville, despertando interesse do Flamengo em 1980, que o contratou como reserva imediato de Zico.

 Como Paulo César Carpeggiane - treinador à época -, teve percepção que poderia escalá-lo como falsa ponteiro-esquerdo, deu-lhe liberdade para flutuar e explorar a habilidade para definição de jogadas e marcar gols.

 Lico jogou no quarteto de meio de campo com Andrade, Adílio, Zico, e lamentou não ter atuado no jogo extra do título da Libertadores de 1981, em Montevidéu, pois havia sido covardemente agredido na segunda partida da final pelo zagueiro Mario Soto, do Cobreloa.

 No mesmo ano ele foi campeão mundial Interclubes, e das edições do Campeonato Brasileiro (1982 e 1983), além de competições regionais.

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