O sul-mato-grossense Francisco Carlos Martins
Vidal chegou ao juvenil da Ponte Preta em 1978, já identificado pelo apelido de
Chicão, mas o ex-treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, pulou etapas
ao lançá-lo na equipe principal, quando usava reservas em time alternativo que
havia preparado à época.
Pois Cilinho se precipitou tanto no lançamento
dele entre profissionais como na mudança de apelido para Kiko. Se nos juniores
o trombador Chicão aprendeu outros macetes de um centroavante, foi com o
técnico Dino Sani, de volta aos profissionais, que aperfeiçoou a batida na bola
em 1982.
Reflexo disso foi visto na temporada seguinte,
ao dividir com o saudoso Sócrates o segundo lugar na artilharia do Campeonato
Paulista: 21 gols. E Chicão ficou na Ponte até 1987, passando pela experiência de
integrar a seleção brasileira olímpica que, três anos antes, havia conquistado
medalha de prata na competição disputada em Los Angeles. Na ocasião, o
comandante técnico foi Jair Picerni.
Foi no Santos F.C. que Chicão iniciou experiências
em grandes clubes. Depois, em 1989, conquistou título estadual no Coritiba, ao
atingir a artilharia com 19 gols. No Botafogo (RJ) participou da campanha do
vice-campeonato brasileiro de 1992, para posteriormente passar por Bragantino, Portuguesa,
Atlético Paranaense, Remo, Atlético de Sorocaba (SP), Ituano (SP) e Santa Cruz.
Ao encerrar a carreira, ele voltou a residir
em Campinas. Criou escolinha de futebol para garotos - em companhia do ex-meia
Zenon - quando, em 1999, sofreu infarto e AVC (acidente vascular cerebral), mas
sempre acreditou na recuperação.
Aí montou a escolinha de futebol ‘Chicão
Futebol Center’, até que em 2007 mais um susto: "Tive um AVC que quase me
deixou cego. Felizmente fiquei bom. Dou aulas e levo minha vida numa boa",
afirmou.
Até para jogar futebol com amigos Chicão foi
liberado, em time da categoria máster, mas não contraria orientação médica e
evita cabeceio.
Nos tempos de atleta, quando entrevistado
sobre desafios de marcar gols decisivos para as equipes que atuava, Chicão
respondia com naturalidade. "Estou acostumado a fazer gols”. E fazia de
todo jeito, até usando até a canhota, embora destro.
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