segunda-feira, 16 de julho de 2018

Goleador Chicão driblou AVC duas vezes


 O sul-mato-grossense Francisco Carlos Martins Vidal chegou ao juvenil da Ponte Preta em 1978, já identificado pelo apelido de Chicão, mas o ex-treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, pulou etapas ao lançá-lo na equipe principal, quando usava reservas em time alternativo que havia preparado à época.

 Pois Cilinho se precipitou tanto no lançamento dele entre profissionais como na mudança de apelido para Kiko. Se nos juniores o trombador Chicão aprendeu outros macetes de um centroavante, foi com o técnico Dino Sani, de volta aos profissionais, que aperfeiçoou a batida na bola em 1982.

 Reflexo disso foi visto na temporada seguinte, ao dividir com o saudoso Sócrates o segundo lugar na artilharia do Campeonato Paulista: 21 gols. E Chicão ficou na Ponte até 1987, passando pela experiência de integrar a seleção brasileira olímpica que, três anos antes, havia conquistado medalha de prata na competição disputada em Los Angeles. Na ocasião, o comandante técnico foi Jair Picerni.

 Foi no Santos F.C. que Chicão iniciou experiências em grandes clubes. Depois, em 1989, conquistou título estadual no Coritiba, ao atingir a artilharia com 19 gols. No Botafogo (RJ) participou da campanha do vice-campeonato brasileiro de 1992, para posteriormente passar por Bragantino, Portuguesa, Atlético Paranaense, Remo, Atlético de Sorocaba (SP), Ituano (SP) e Santa Cruz.

 Ao encerrar a carreira, ele voltou a residir em Campinas. Criou escolinha de futebol para garotos - em companhia do ex-meia Zenon - quando, em 1999, sofreu infarto e AVC (acidente vascular cerebral), mas sempre acreditou na recuperação.

 Aí montou a escolinha de futebol ‘Chicão Futebol Center’, até que em 2007 mais um susto: "Tive um AVC que quase me deixou cego. Felizmente fiquei bom. Dou aulas e levo minha vida numa boa", afirmou.

 Até para jogar futebol com amigos Chicão foi liberado, em time da categoria máster, mas não contraria orientação médica e evita cabeceio.

 Nos tempos de atleta, quando entrevistado sobre desafios de marcar gols decisivos para as equipes que atuava, Chicão respondia com naturalidade. "Estou acostumado a fazer gols”. E fazia de todo jeito, até usando até a canhota, embora destro.

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