Com a Copa do Mundo da Rússia batendo às
portas, é pertinente recapitulação da Seleção Brasileira tricampeão mundial no
México, há 48 anos. E Jair Ventura Filho, o Jairzinho, entrou na história daquela
competição como único jogador a marcar gols em todos os jogos.
Foram dois na goleada por 4 a 1 sobre a
Tchecoslováquia e um nos jogos subsequentes: 1 a 0 sobre a Inglaterra, 3 a 2 diante
da Romênia, 4 a 2 nos peruanos, 3 a 1 contra o Uruguai e outro no desfecho
diante dos italianos, na goleada por 4 a 1. Portanto, sete gols em seis jogos.
E nem por isso foi artilheiro da competição. Muller, da Alemanha, marcou dez
gols.
O Galvão Bueno da televisão brasileira à época
era o saudoso Geraldo José de Almeida, com transmissões de futebol caracterizadas
por bordões do tipo ‘vamos Brasil que que a tua fé te empurra’.
Pelé rimava
como ‘craque café’. Rivelino ‘reizinho do parque. Gerson ‘chuteira de ouro’. E
quando a bola caía nos pés de Jairzinho, o narrador estufava o peito, empostava
a voz, e bradava: ‘Lá vai o furacão da Copa’.
Pouco antes da competição, Rogério era o
ponteiro-direito titular. Aí, o treinador Zagallo decidiu abdicar de pontas e
improvisou Jairzinho na direita e Rivellino na esquerda, com liberdade para
deslocarem. Afinal, ambos eram camisa dez em seus respectivos clubes, Botafogo
(RJ) e Corinthians.
Nascido no dia de Natal de 1944, Jairzinho se
transformou de gandula a ídolo do Botafogo, quando assumiu a camisa de Amarildo,
ao explorar passadas largas e facilidade na finalização, virtudes determinantes
para jogar Copas de 1966 até 1974, o que originou histórico de 87 partidas
oficiais e 44 gols.
Naquele mesmo ano transferiu-se ao Olympique
de Marselha, na França. Dois anos depois, de volta ao Brasil, sagrou-se campeão
da Libertadores pelo Cruzeiro. Depois, passagem por Wilstermann da Bolívia, Portuguesa
da Venezuela, e clubes de menor expressão como Noroeste (SP) e Fast Clube (AM),
até o encerramento da carteira no Botafogo em 1981, em retribuição ao clube que
o colocou na galeria dos principais ídolos de sua história, com ênfase ao gol
de letra marcado na goleada por 6 a 0 sobre o arquirrival Flamengo em 1972.
Ele ainda ‘empresariou’ jogador e mostrou
discernimento para avaliá-los. Hoje, orgulha-se do sucesso do filho Jair Ventura
no comando técnico do Santos.
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