domingo, 24 de junho de 2018

Lateral Leandro superou até Carlos Alberto


 Quem poderia supor que um país produtor de laterais-direitos de extrema qualificação, como o Brasil, hoje tivesse que selecionar os apenas razoáveis Danilo e Facner para disputar Copa do Mundo?

 Nos anos 70, quando laterais passaram a ter liberdade para atacar, o saudoso Carlos Alberto Torres - de Fluminense, Santos e Seleção Brasileira - foi tido como imbatível na função. Além da envergadura técnica, sabia defender. Essa versatilidade permitiu que, no final de carreira, fosse deslocado à zaga central.

 Quando que se supunha que por muito tempo Carlos Alberto fosse tido como melhor da posição, eis que Leandro, que surgiu nas categorias de base do Flamengo em 1975, começou a mostrar três anos depois, já no profissional, capacidade para superá-lo.

 Ambidestro, facilidade de drible, rapidez e ótima leitura de jogo para entrar por dentro com bola dominada, Leandro foi um dos destaques do memorável time do Flamengo em meados da década de 80, com conquistas de Campeonato Brasileiro, Libertadores e vaga de titular absoluto na Seleção Brasileira que encantou o mundo em 1982, mas foi eliminada pela Itália com a derrota por 3 a 2.

 Em 1985, uma lesão no joelho já não permitia que fizesse o vaivém. A preocupação era não desguarnecer o setor, e assim abdicava de atacar. Como tinha aptidão para defender com técnica, antecipando-se ao adversário, foi deslocado à zaga central e igualmente correspondeu, com seu 1,82m de altura.

 Assim, a história da carreira dele como atleta se restringiu ao Flamengo até 1990. Nos 12 anos, cinco foram de contínuas convocações à Seleção Brasileira, com ciclo encerrado em 1986, ao se recusar de participar da Copa do Mundo no México.

 Às vésperas do embarque da delegação, Leandro fez companhia a Renato Gaúcho na noitada em Belo Horizonte, e o saudoso treinador Telê Santana cortou Renato, quis preservá-lo, mas ele foi solidário ao companheiro.

 Ao sair do futebol, o lateral retornou à cidade natal de Cabo Frio (RJ) e montou a Pousada do Leandro. Hoje, aos 59 anos de idade, de certo concorda que o futebol brasileiro está carente na posição após o corte de Daniel Alves, por lesão.

Nenhum comentário: