A Copa do Mundo na Rússia tem mostrado que o
futebol se transformou em modalidade esportiva burocrática e previsível,
comportamento que se difere da improvisação, do driblador e jogadas memoráveis
do passado.
De certo o ex-meia Ronaldinho Gaúcho torce o
nariz ao constatar que naquele universo de atletas dos 32 países na competição,
ninguém é capaz de aplicar o drible elástico tão desconcertante quanto o dele. Foi
um repertório de dribles em progressão, cabeça erguida para lucidez na
sequência da jogada, que ora terminava em finalização dele mesmo, ora na
perícia de colocar companheiros na cara do gol.
A bola amortecida no peito provocava inveja
pela elegância. Embora destro, havia se especializado em chutes fortes também
com a canhota, e isso já podia ser visto quando lançado entre os profissionais
do Grêmio gaúcho e disputou a Libertadores em 1998, aos 18 anos de idade.
Abusado, um ano depois aplicou chapéu no volante
Dunga, do Inter (RS), em lance eternizado. Assim, surpreendendo a cada dia,
ganhou visibilidade e o mercado europeu cogitou contratá-lo, apesar da
resistência de dirigentes gremistas.
Aí, orientado pelo irmão e procurador Assis,
assinou pré-contrato com o Paris Saint-Germain da França, travou briga na
Justiça com o Grêmio, e assim foi um dos destaques entre os pentacampeões da
Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Japão e Coreia do Sul, em 2002.
Ano seguinte, já no Barcelona da Espanha,
encantou o mundo. Justificou plenamente o investimento de 21 milhões de euros,
e a eleição de melhor do mundo no biênio 2004/05.
Problema é que na sequência não soube administrar fama e dinheiro, houve queda
de rendimento físico e técnico, e assim foi jogar no Milan em 2008.
Na Itália alternou altos e baixos e até perdeu
lugar na equipe. Projeto da empresa Traffic o trouxe de volta ao Brasil para
jogar no Flamengo, sem o devido convencimento. Desta forma, o reencontro do
futebol deu-se no Atlético Mineiro. Ele ainda passou pelo Querétaro Futbol Club
do México e Fluminense até 2015.
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