Fatia significativa dos clubes brasileiros
aboliu o atacante de área, então identificado como centroavante. Treinador que
ainda opta pela escalação dele sugere que faça a ‘parede’, sem que seja
pedreiro. É a forma de proteger a bola diante da aproximação de adversário,
enquanto prepara a definição da jogada.
Pois nos anos 60, quando fez sucesso com a
camisa do Botafogo do Rio de Janeiro, Roberto Miranda bem assimilou orientações
de seus treinadores para que evitasse ficar de costas dos adversários. Assim, preferia
se deslocar e, ao receber o passe, de frente para o marcador, usava velocidade
para concluir as jogadas.
Por isso foi apelidado de ‘Vendaval’ pelo
saudoso narrador de futebol Waldir Amaral, nos tempos de Rádio Globo (RJ), enquanto o torcedor carioca o identificava apenas
como Roberto, diferentemente dos costumes atuais de se designar nomes compostos
a atletas.
Roberto Miranda, que em julho completa 75 anos
de idade, tentou ser meio-campista no juvenil do Manufatura de Niterói, onde
iniciou a carreira, mas no Botafogo foi transformado em centroavante, período
em que admirava ídolos como Pampoline, Didi, Nilton Santos, Zagallo, Garrincha
e Amarildo. O estilo raçudo e sem medo de cara feia lhe rendeu histórico de
artilheiro. Na trajetória de dez anos no Botafogo (RJ), a partir de 1962,
marcou 154 gols em 352 jogos, números que o colocam como nono maior artilheiro
da história do clube.
O período áureo dele foi no biênio 1967-68, num
time formado por Manga; Paulistinha, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos
Roberto e Gerson; Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César Caju,
quando o Estádio do Maracanã recebia público médio em torno de 100 mil
torcedores nos clássicos estaduais.
Na conquista do tricampeonato mundial pela
Seleção Brasileira, em 1970, Roberto integrava o grupo, e entrou no transcorrer
das partidas contra Inglaterra e Peru. Pela Seleção disputou 18 partidas e
marcou nove gols.
Em 1972, com a chegada do centroavante
argentino Rodolfo Fischer no Botafogo, foi emprestado ao Flamengo, sem repetir
o rendimento. Transferido posteriormente ao Corinthians, acabou prejudicado por
lesões, não emplacou e encerrou a carreira em 1976. Por causa da violência de
zagueiros adversários teve costela, braço, clavícula e queixo quebrados. Além
disso rompeu o tendão de Aquiles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário