quarta-feira, 7 de março de 2018

Furacão se deu bem com medalhões em 1968


Em janeiro passado o ponteiro-esquerdo Kazu - que passou por Santos e Coritiba - renovou contrato com Yokohama F.C., do Japão. Detalhe: ele completou 51 anos de idade em fevereiro. Já o atacante Magno Alves - o mesmo que jogou no Fluminense -, 42 anos de idade, foi titular do Novorizontino na quinta rodada do Paulistão contra o Corinthians. Até o ano passado, o ex-corintiano Acosta era atacante do Taboão da Serra. Mesma posição joga Loco Abreu no Audax Italiano do Chile. Ambos têm 41 anos de idade.

 Essa longevidade de atletas contrasta com décadas passadas quando, ao atingir 35 anos de idade, eram forçados a encerrar a carreira. Motivos: desgaste físico, sequência de contusões musculares, lesões nos joelhos e fraturas nas pernas.

 Quem rompeu aquele tabu foi o Atlético Paranaense em 1968, quando dirigentes montaram time de medalhões, frustrados com a queda da equipe à segunda divisão estadual no ano anterior, com o consequente retorno na temporada seguinte. Aí apostaram em veteranos como o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, volante Zequinha (Palmeiras), ponteiro-direito Dorval e o atacante Zé Roberto, que atuaram numa equipe formada por Célio; Djalma Santos, Belini, Charrão e Nico; Paulinho e Madureira; Gildo (Dorval), Nair (Nilton Dias), Zé Roberto e Nilson.

 Se Djalma perdeu espaço no Palmeiras, o Furação apostou em sua experiência. Assim ele jogou até 43 anos de idade, deslocado à zaga central no lugar de Belini, que encerrou a carreira aos 39 anos. Ambos já morreram.

 No Furacão, Dorval já não era aquele ponteiro veloz, mas compensava com habilidade e cruzamentos cheio de efeitos. Ele integrou o famoso quinteto ofensivo do Santos completado por Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe nos anos 60.

 Na época, dirigentes apostavam em jogadores problemáticos, desde que decidissem partidas. Foi o caso do saudoso atacante Zé Roberto, do São Paulo. Gostava da noite, era mulherengo, mas quando a bola rolava se transformava. Magro e alto, tinha aproveitamento fantástico no jogo aéreo. Em 1968 marcou 40 gols pelo Atlético (PR), ano em que o time começou a integrar o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, com a participação de 15 clubes: cinco de São Paulo, cinco do Rio de Janeiro, dois do Rio Grande do Sul, dois de Minas Gerais e um do Paraná. Na época, Portuguesa (SP) e América (RJ) tinham status de clube grande.

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