Quando recém promovido ao elenco de
profissionais da Ponte Preta em 1982, o ponteiro-esquerdo Mauro integrava uma
leva de boleiros sonolentos em campo, que torcedores em geral pegavam no pé pra
‘acordá-los’.
Dino Sani, treinador que lhe deu as primeiras
chances, soube mexer com os brios ao flagrá-lo constantemente apoiando o ombro
na parede de uma das portarias do Estádio Moisés Lucarelli. “Esse é o reflexo
dele no campo”, disse Dino, na expectativa de ‘acordá-lo’, visto que ninguém
discordava que o então atleta pegava bem na bola, nos cruzamentos.
E quando Mauro aliou velocidade à técnica na
condução da bola, teve o nome cogitado à Seleção Brasileira à Copa do Mundo de
1986, mas o convocado foi o ponteiro-esquerdo Edivaldo, do São Paulo.
O Palmeiras veio buscá-lo em Campinas na
temporada seguinte, sem que reeditasse o estilo característico. Assim acabou
emprestado ao Pinheiros (atual Paraná Clube), até que o Corinthians abriu-lhe
as portas no começo de 1989, envolvido em troca com o também ponteiro Paulinho
Carioca.
Após início hesitante, Mauro mudou de postura com
a chegada do treinador Nelsinho Baptista no Corinthians, em 1990. Aí exerceu
função de quarto-homem no meio de campo, com ajuda na marcação. Assim, dava mais
liberdade para o meia Neto atacar, e a equipe conquistou o título do Campeonato
Brasileiro.
Na temporada seguinte, algumas lesões
prejudicaram a sequência natural da carreira, abrindo-se espaço para que novato
Paulo Sérgio ganhasse a posição.
Já sem chances no Corinthians, Mauro
perambulou por equipes de menor expressão - como o Mogi Mirim -, na certeza de
que quando optasse pelo encerramento da carreira de atleta continuaria no
futebol pela demonstração de aceitável leitura de jogo.
Aí, no final dos anos 90, o treinador Nelsinho
Baptista o convidou para que exercesse a função de auxiliar técnico, certo que
ele agregaria às funções de espião de outras equipes, com detalhamento de
esquemas táticos. Foi quando Mauro também avaliava jogadores indicados para
contratações.
Em 2008 ele voltou ao Corinthians como
observador técnico. E de suas indicações o clube trouxe os meio-campistas Ralf,
Jucilei e Paulinho.
Natural de Ipauçu, interior de São Paulo, 55
anos de idade completados, Mauro foi igualmente homem de confiança do treinador
Tite, na passagem pelo Corinthians.
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