No dia 20 de
abril o ex-volante Bernardo, um dos ‘Menudos do Morumbi’ de 1986, vai completar
53 anos de idade, e de certo vai refletir como o destino o transformou da água
para o vinho. De enxada nas mãos, em fazenda nos arredores da cidade de Franca
(SP), na infância, para próspero empresário de futebol, com trânsito livre no
exterior.
Nos campos de zona rural, Bernardo já mostrava
bom domínio de bola como ponta-de-lança, despertando interesse dos integrantes
das categorias de base da Francana, que o levaram para o juvenil. Sabe-se lá
por quais motivos trocou a Francana pelo Marília. Aí, rapidamente foi promovido
ao profissional, porém com desconfiança de alguns pelo estilo lento.
Ainda no Marília, Bernardo foi recuado à
função de volante, e não recaiu sobre ele qualquer culpa pelo rebaixamento da
equipe à segunda divisão paulista, em 1985. Daquele elenco, comandado pelo
saudoso treinador Zé Duarte, apenas o ponteiro-direito Zé Guimarães era tido como
diferenciado.
Cilinho, treinador que havia sido contratado
pelo São Paulo, teve percepção que Bernardo poderia evoluir pela característica
de condutor de bola e estatura de 1,87m de altura, adequada à bola aérea. Assim
ele se juntou aos jogadores Muller, Pita, Silas, Careca e Sidnei Trancinha, que
conquistaram o Campeonato Brasileiro, porém com Pepe no comando técnico.
Pode-se dizer que as passagens de Bernardo pelo
alemão Bayern de Monique e japonês Cerezo Osako serviram para ampliar
relacionamento com europeus e asiáticos. Considerando-se o bom trânsito com
clubes brasileiros, ao jogar no Vasco, Santos e Corinthians, decidiu continuar
no futebol como empresário, após pendurar as chuteiras em 1997, no Atlético
Paranaense.
A influência dele no São Paulo facilitou o
ingresso do filho Bernardo Júnior na categoria infantil. E não houve abatimento
familiar com a dispensa, pois a recolocação foi imediata no Audax, e
posteriormente no Rasen Leipzig, da Alemanha.
Bernardo teve rota de colisão com o São Paulo
em 2013, quando acumulava a função de vice-presidente do Grêmio Prudente. Na época,
acusou o tricolor paulistano de aliciar o jogador Paulo Henrique, de 16 anos, vinculado
àquela agremiação, para que assinasse o primeiro contrato profissional. O
ofício foi encaminhado à ABEX (Associação Brasileira de Executivos de Futebol).
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