domingo, 21 de janeiro de 2018

Bernardo, da enxada para respeitado empresário

No dia 20 de abril o ex-volante Bernardo, um dos ‘Menudos do Morumbi’ de 1986, vai completar 53 anos de idade, e de certo vai refletir como o destino o transformou da água para o vinho. De enxada nas mãos, em fazenda nos arredores da cidade de Franca (SP), na infância, para próspero empresário de futebol, com trânsito livre no exterior.

 Nos campos de zona rural, Bernardo já mostrava bom domínio de bola como ponta-de-lança, despertando interesse dos integrantes das categorias de base da Francana, que o levaram para o juvenil. Sabe-se lá por quais motivos trocou a Francana pelo Marília. Aí, rapidamente foi promovido ao profissional, porém com desconfiança de alguns pelo estilo lento.

 Ainda no Marília, Bernardo foi recuado à função de volante, e não recaiu sobre ele qualquer culpa pelo rebaixamento da equipe à segunda divisão paulista, em 1985. Daquele elenco, comandado pelo saudoso treinador Zé Duarte, apenas o ponteiro-direito Zé Guimarães era tido como diferenciado.

 Cilinho, treinador que havia sido contratado pelo São Paulo, teve percepção que Bernardo poderia evoluir pela característica de condutor de bola e estatura de 1,87m de altura, adequada à bola aérea. Assim ele se juntou aos jogadores Muller, Pita, Silas, Careca e Sidnei Trancinha, que conquistaram o Campeonato Brasileiro, porém com Pepe no comando técnico.

 Pode-se dizer que as passagens de Bernardo pelo alemão Bayern de Monique e japonês Cerezo Osako serviram para ampliar relacionamento com europeus e asiáticos. Considerando-se o bom trânsito com clubes brasileiros, ao jogar no Vasco, Santos e Corinthians, decidiu continuar no futebol como empresário, após pendurar as chuteiras em 1997, no Atlético Paranaense.

 A influência dele no São Paulo facilitou o ingresso do filho Bernardo Júnior na categoria infantil. E não houve abatimento familiar com a dispensa, pois a recolocação foi imediata no Audax, e posteriormente no Rasen Leipzig, da Alemanha.

 Bernardo teve rota de colisão com o São Paulo em 2013, quando acumulava a função de vice-presidente do Grêmio Prudente. Na época, acusou o tricolor paulistano de aliciar o jogador Paulo Henrique, de 16 anos, vinculado àquela agremiação, para que assinasse o primeiro contrato profissional. O ofício foi encaminhado à ABEX (Associação Brasileira de Executivos de Futebol).

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