Levir Culpi é o típico treinador que não tem
papas na língua, e fala aquilo que pensa sem medir consequências.
Desconsiderando a boa fase do então atacante Romário, as vésperas da Copa do
Mundo de 2002, posicionou-se contrário a convocação do jogador ao selecionado
brasileiro, com alegação que estava “velho”.
Com a repercussão negativa, procurou se
expressar melhor: “Ninguém discorda que o Romário é um ótimo jogador. Refiro-me
a questão de produtividade, insuficiente para disputar uma Copa”, disse à época.
Levir havia sido cotado para assumir a Seleção
Brasileira em 2000, quando o técnico Luiz Felipe Scolari rejeitou o primeiro
convite da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas devido à insistência aceitou
posteriormente.
Paranaense nascido em fevereiro de 1953, Levir
foi zagueiro de Coritiba, Colorado (PR), Santa Cruz (PE) e Botafogo (RJ) nos
anos 70 e 80. Também integrou a Seleção Brasileira sub18 em 1972 na França, no
Torneio de Cannes, quando se rotulava ‘zagueiro de técnica’.
Treinador a partir de 1987 no Juventude (RS),
teve trajetória ascendente e fama de ‘pé quente’. Conquistou acessos à elite do
Campeonato Brasileiro com Inter de Limeira (SP) em 1988, Botafogo (RJ) em 2003
e Atlético (MG) em 2006. No Japão, levou o Cerezo Osaka à principal divisão, e
foi reconhecido quando comandou o Ettifaq da Arábia Saudita.
Evidente que teve percalços na carreira. Caiu
para a segunda divisão nacional com o Palmeiras em 2002. Em 18 jogos, seu
retrospecto foi de cinco vitórias, seis empates e sete derrotas. Nem por isso
se abalou. Já havia mostrado competência no futebol paulista com o título
estadual em 2000 pelo São Paulo, quando recebia salário de R$ 160 mil, metade
do valor oferecido pela CBF para que Felipão assumisse o comando da Seleção
Brasileira.
Há histórico na carreira de títulos regionais
em Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Até hoje é lembrado pela
torcida cruzeirense pelos títulos estaduais de 1996 e 98, Copa do Brasil de 96
e Recopa Sul-Americana de 98. E um dos segredos do sucesso foi a exigência para
que seus comandados se aplicassem no fundamento ‘passe’, que julga ser
fundamental no futebol.
Organizado, Levir criou o próprio site em que
o internauta pode acessar páginas redigidas em inglês e espanhol. Em casa,
gosta de ouvir músicas brasileiras em volume exagerado. E quando a esposa reduz
o volume, ele volta a aumentá-lo.
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