domingo, 21 de janeiro de 2018

Levir Culpi, técnico falante e vitorioso

 Levir Culpi é o típico treinador que não tem papas na língua, e fala aquilo que pensa sem medir consequências. Desconsiderando a boa fase do então atacante Romário, as vésperas da Copa do Mundo de 2002, posicionou-se contrário a convocação do jogador ao selecionado brasileiro, com alegação que estava “velho”.

 Com a repercussão negativa, procurou se expressar melhor: “Ninguém discorda que o Romário é um ótimo jogador. Refiro-me a questão de produtividade, insuficiente para disputar uma Copa”, disse à época.

 Levir havia sido cotado para assumir a Seleção Brasileira em 2000, quando o técnico Luiz Felipe Scolari rejeitou o primeiro convite da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas devido à insistência aceitou posteriormente.

 Paranaense nascido em fevereiro de 1953, Levir foi zagueiro de Coritiba, Colorado (PR), Santa Cruz (PE) e Botafogo (RJ) nos anos 70 e 80. Também integrou a Seleção Brasileira sub18 em 1972 na França, no Torneio de Cannes, quando se rotulava ‘zagueiro de técnica’.

 Treinador a partir de 1987 no Juventude (RS), teve trajetória ascendente e fama de ‘pé quente’. Conquistou acessos à elite do Campeonato Brasileiro com Inter de Limeira (SP) em 1988, Botafogo (RJ) em 2003 e Atlético (MG) em 2006. No Japão, levou o Cerezo Osaka à principal divisão, e foi reconhecido quando comandou o Ettifaq da Arábia Saudita.

 Evidente que teve percalços na carreira. Caiu para a segunda divisão nacional com o Palmeiras em 2002. Em 18 jogos, seu retrospecto foi de cinco vitórias, seis empates e sete derrotas. Nem por isso se abalou. Já havia mostrado competência no futebol paulista com o título estadual em 2000 pelo São Paulo, quando recebia salário de R$ 160 mil, metade do valor oferecido pela CBF para que Felipão assumisse o comando da Seleção Brasileira.

 Há histórico na carreira de títulos regionais em Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Até hoje é lembrado pela torcida cruzeirense pelos títulos estaduais de 1996 e 98, Copa do Brasil de 96 e Recopa Sul-Americana de 98. E um dos segredos do sucesso foi a exigência para que seus comandados se aplicassem no fundamento ‘passe’, que julga ser fundamental no futebol.


 Organizado, Levir criou o próprio site em que o internauta pode acessar páginas redigidas em inglês e espanhol. Em casa, gosta de ouvir músicas brasileiras em volume exagerado. E quando a esposa reduz o volume, ele volta a aumentá-lo.

Nenhum comentário: