segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Dezessete anos sem o lendário Birigui, do América


 Lei Pelé e incompetência de cartolas para lidar com pegadinhas provocadas na administração do futebol lançaram clubes tradicionais do interior paulista no tacho do capeta. América de Rio Preto, Comercial de Ribeirão Preto, Francana, Paulista de Jundiaí, XV de Jaú e São José, que tiveram participação até no cenário nacional, hoje se juntam a Vocem, Jaguariúna, Assisense e se dramatizam na quarta divisão de São Paulo, com início programado para abril e participação de 36 clubes.

 De certo o saudoso e lendário Benedito Teixeira, o Birigui, com trajetória de atleta a presidente do América, deve estar se remoendo no túmulo com tanta incompetência daqueles que o sucederam. Fosse vivo, estaria com 98 anos. Adoeceu em 2000 por abusar do tabagismo. De nada adiantou reduzir a cota de três maços para 10 cigarros diários. Dia dez de janeiro passado foi marcado como 17º ano de sua morte, mas deixou biografia de identificação com o clube como ponta-esquerda no campo ainda de terra batida e transformado posteriormente no aconchegante Estádio Mário Alves de Mendonça.

 Foi lá que Birigui migrou às funções de treinador, diretor de futebol, vice-presidente e assumiu a presidência em 1972, permanecendo 23 anos no cargo, sem jamais deixar o clube cair de divisão. E mais: topou o desafio de comandar a construção do maior estádio do interior paulista durante 17 anos, que merecidamente levou o seu nome e apelidado de Teixeirão, inaugurado dia dez de fevereiro de 1996.

 Para acomodar 55 mil pessoas, o investimento no estádio foi de US$ 30 milhões, entrando como parte de pagamento o Estádio Mário Alves de Mendonça, demolido e a área transformada em supermercado.

 No antigo estádio também jogou outro Benedito, identificado basicamente pelo sobrenome Ambrósio, zagueiro transformado em lateral-esquerdo de eficiente marcação, que em 1965 jogou ao lado do goleiro Motta, zagueiro Nélson Coruja e trio ofensivo com Arcanjo, Cardoso, Gildo, Raul e Caravetti. Ele se orgulhava de ter marcado craques como Pelé, Coutinho, Ademir da Guia e Pagão.

 Curiosamente, Ambrósio treinava goleiros das categorias de base do América antes de se profissionalizar. No final de carreira, aos 37 anos de idade, ainda jogou no Rio Preto.

 Vítima de Mal de Alzheimer, ele sofreu parada cardíaca que resultou na morte no dia 16 de dezembro passado, aos 81 anos de idade.

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