Lei Pelé e incompetência de cartolas para lidar
com pegadinhas provocadas na administração do futebol lançaram clubes
tradicionais do interior paulista no tacho do capeta. América de Rio Preto,
Comercial de Ribeirão Preto, Francana, Paulista de Jundiaí, XV de Jaú e São
José, que tiveram participação até no cenário nacional, hoje se juntam a Vocem,
Jaguariúna, Assisense e se dramatizam na quarta divisão de São Paulo, com início
programado para abril e participação de 36 clubes.
De certo o saudoso e lendário Benedito
Teixeira, o Birigui, com trajetória de atleta a presidente do América, deve
estar se remoendo no túmulo com tanta incompetência daqueles que o sucederam.
Fosse vivo, estaria com 98 anos. Adoeceu em 2000 por abusar do tabagismo. De
nada adiantou reduzir a cota de três maços para 10 cigarros diários. Dia dez de
janeiro passado foi marcado como 17º ano de sua morte, mas deixou biografia de
identificação com o clube como ponta-esquerda no campo ainda de terra batida e
transformado posteriormente no aconchegante Estádio Mário Alves de Mendonça.
Foi lá que Birigui migrou às funções de treinador,
diretor de futebol, vice-presidente e assumiu a presidência em 1972,
permanecendo 23 anos no cargo, sem jamais deixar o clube cair de divisão. E
mais: topou o desafio de comandar a construção do maior estádio do interior
paulista durante 17 anos, que merecidamente levou o seu nome e apelidado de
Teixeirão, inaugurado dia dez de fevereiro de 1996.
Para acomodar 55 mil pessoas, o investimento
no estádio foi de US$ 30 milhões, entrando como parte de pagamento o Estádio
Mário Alves de Mendonça, demolido e a área transformada em supermercado.
No antigo estádio também jogou outro Benedito,
identificado basicamente pelo sobrenome Ambrósio, zagueiro transformado em
lateral-esquerdo de eficiente marcação, que em 1965 jogou ao lado do goleiro Motta,
zagueiro Nélson Coruja e trio ofensivo com Arcanjo, Cardoso, Gildo, Raul e
Caravetti. Ele se orgulhava de ter marcado craques como Pelé, Coutinho, Ademir
da Guia e Pagão.
Curiosamente, Ambrósio treinava goleiros das
categorias de base do América antes de se profissionalizar. No final de
carreira, aos 37 anos de idade, ainda jogou no Rio Preto.
Vítima de Mal de Alzheimer, ele sofreu parada
cardíaca que resultou na morte no dia 16 de dezembro passado, aos 81 anos de
idade.
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