sábado, 27 de maio de 2017

Nove anos sem o técnico Paulo Amaral

 O último primeiro de maio marcou o nono ano da morte do treinador Paulo Amaral, aos 84 anos de idade, no Rio de Janeiro. Dia seguinte, quando do sepultamento, a TV Globo reprisou antiga entrevista dele. Aí, entre obviedades, incorreu na mania do pessoal do passado em trocar a letra ‘ele’ pelo ‘erre’. Em vez da citação atlética, soou atrética.

 Nada a ver com desconhecimento da língua pátria, até porque ele tinha formação universitária em educação física, e foi pioneiro no cargo de preparador físico na Seleção Brasileira, assim como criou a função em na comissão técnica do Botafogo (RJ) em 1953, ao perceber que a carreira de atleta nos prosperaria como reserva de Biguá e Brisa, no Flamengo. Na Seleção, participou das Copas de 1958 a 1966, mesclando à condição de treinador em clubes brasileiros e no exterior desde 1960, com postura protocolar em relação aos subordinados.

 Na preparação física exigia treinos de força aplicado a militares, na base de peso. Até meados da década de 60, a maioria dos clubes não dispunha de profissionais à função, e treinadores apenas orientavam o grupo para aquecimento, como prevenção a lesões musculares.

 Naquele período, era comum atleta desfalcar equipes por contusões musculares originadas por focos dentários infecciosos, contrastando com profissionais saudáveis, diagnóstico muscular detalhado, e direcionamento de trabalho individualizado conforme a circunstância de cada um.

 Nas dezenas de clubes que treinou, ênfase para Vasco, Botafogo e Corinthians. Na Itália passou por Juventus e Genoa. Em Portugal no Porto. Sempre com variações de jogadas e ensaio de lances ofensivos.

 No Guarani, em 1977, só não esgoelou o então zagueiro Amaral porque pessoas do grupo intervieram. Como disciplinador, entrou em rota de colisão com o então zagueiro porque ele discordava da programação de treinos. Ainda no clube, lançou o centroavante Careca em amistoso contra o Matsubara do Paraná, no Estádio Brinco de Ouro.

 Um brutamonte de 1,90m de altura, como ele, tinha histórico de nocautear quem ousasse cruzar o seu caminho. Já havia ‘acertado contas’ com quem quis agredir jogadores da Seleção Brasileira no Sul-Americano do Equador em 1959, e agrediu um bandeirinha.

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