O último primeiro de maio marcou o nono ano da
morte do treinador Paulo Amaral, aos 84 anos de idade, no Rio de Janeiro. Dia
seguinte, quando do sepultamento, a TV
Globo reprisou antiga entrevista dele. Aí, entre obviedades, incorreu na
mania do pessoal do passado em trocar a letra ‘ele’ pelo ‘erre’. Em vez da
citação atlética, soou atrética.
Nada a ver com desconhecimento da língua
pátria, até porque ele tinha formação universitária em educação física, e foi
pioneiro no cargo de preparador físico na Seleção Brasileira, assim como criou
a função em na comissão técnica do Botafogo (RJ) em 1953, ao perceber que a
carreira de atleta nos prosperaria como reserva de Biguá e Brisa, no Flamengo.
Na Seleção, participou das Copas de 1958 a 1966, mesclando à condição de
treinador em clubes brasileiros e no exterior desde 1960, com postura
protocolar em relação aos subordinados.
Na preparação física exigia treinos de força
aplicado a militares, na base de peso. Até meados da década de 60, a maioria
dos clubes não dispunha de profissionais à função, e treinadores apenas
orientavam o grupo para aquecimento, como prevenção a lesões musculares.
Naquele período, era comum atleta desfalcar
equipes por contusões musculares originadas por focos dentários infecciosos, contrastando
com profissionais saudáveis, diagnóstico muscular detalhado, e direcionamento
de trabalho individualizado conforme a circunstância de cada um.
Nas dezenas de clubes que treinou, ênfase para
Vasco, Botafogo e Corinthians. Na Itália passou por Juventus e Genoa. Em
Portugal no Porto. Sempre com variações de jogadas e ensaio de lances
ofensivos.
No Guarani, em 1977, só não esgoelou o então
zagueiro Amaral porque pessoas do grupo intervieram. Como disciplinador, entrou
em rota de colisão com o então zagueiro porque ele discordava da programação de
treinos. Ainda no clube, lançou o centroavante Careca em amistoso contra o
Matsubara do Paraná, no Estádio Brinco de Ouro.
Um brutamonte de 1,90m de altura, como ele,
tinha histórico de nocautear quem ousasse cruzar o seu caminho. Já havia ‘acertado
contas’ com quem quis agredir jogadores da Seleção Brasileira no Sul-Americano
do Equador em 1959, e agrediu um bandeirinha.
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