Velórios de evangélicos como o então zagueiro
Zé Eduardo, do Corinthians dos anos 70, morto neste 26 de abril em Itu (SP),
aos 63 anos de idade, são marcados por discrição e maior capacidade de absorção.
Familiares geralmente se apegam em trechos bíblicos que citam salvação do ente
querido que se foi.
Confortam-se com o escrito no livro de
Eclesiastes 3-20 em que ‘todos vão para um lugar; todos são do pó e do pó
tornarão’. E a reflexão é ampliada para os versículos 5 e 6 do capítulo 9:
‘Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa
nenhuma. Seu amor, ódio e ciúmes já pereceram, e eles nunca mais participarão
de tudo o que se faz debaixo do sol’.
Zagueiro rotulado de duro nas divididas para
não perder a viagem, Zé Eduardo caiu nas graças da torcida corintiana ao formar
dupla de zaga com o também saudoso Moisés, mas quis o destino que o terceiro
cartão amarelo no penúltimo jogo da decisão paulista com a Ponte Preta, em
1977, o tirasse do jogo da comemoração do desjejum de título, ao ceder a
posição para Ademir Gonçalves, nesse time corintiano: Tobias; Zé Maria, Moisés,
Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Luciano e Basílio; Waguinho, Geraldão e
Romeu.
O pior, todavia, estava por vir nos últimos
nove anos, quando lutou contra um câncer nos ossos, cujos sintomas citados por
oncologistas são dor e inchaço nas articulações, e possibilidade de quebras de
ossos com frequência.
Nascido em Campinas e mudando para Itu ainda
na infância, José Eduardo de Toledo Pereira tentou inicialmente ser atacante,
mas no Ituano foi fixado na zaga. Em 1975 já integrava o elenco do Corinthians,
e foi fixado como titular na temporada seguinte, em tempo de participar do jogo
da invasão da torcida corintiana ao Maracanã, na semifinal do Campeonato
Brasileiro contra o Fluminense.
No começo do ano de 1978 ele sofreu fratura no
rosto em choque com o saudoso atacante Enéas da Portuguesa, ficando afastado 50
dias da equipe. Já em novo título paulista do Corinthians novamente contra a
Ponte Preta, em 1979, ele havia perdido o lugar para Amaral. Em seguida foi
negociado com Botafogo (RJ).
Depois jogou na Internacional de Limeira e
Náutico (PE), antes de encerrar definitivamente a carreira em 1987.
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