sábado, 13 de maio de 2017

Adeus ao zagueiro Zé Eduardo, ex-Corinthians

 Velórios de evangélicos como o então zagueiro Zé Eduardo, do Corinthians dos anos 70, morto neste 26 de abril em Itu (SP), aos 63 anos de idade, são marcados por discrição e maior capacidade de absorção. Familiares geralmente se apegam em trechos bíblicos que citam salvação do ente querido que se foi.

 Confortam-se com o escrito no livro de Eclesiastes 3-20 em que ‘todos vão para um lugar; todos são do pó e do pó tornarão’. E a reflexão é ampliada para os versículos 5 e 6 do capítulo 9: ‘Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma. Seu amor, ódio e ciúmes já pereceram, e eles nunca mais participarão de tudo o que se faz debaixo do sol’.

 Zagueiro rotulado de duro nas divididas para não perder a viagem, Zé Eduardo caiu nas graças da torcida corintiana ao formar dupla de zaga com o também saudoso Moisés, mas quis o destino que o terceiro cartão amarelo no penúltimo jogo da decisão paulista com a Ponte Preta, em 1977, o tirasse do jogo da comemoração do desjejum de título, ao ceder a posição para Ademir Gonçalves, nesse time corintiano: Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Luciano e Basílio; Waguinho, Geraldão e Romeu.

 O pior, todavia, estava por vir nos últimos nove anos, quando lutou contra um câncer nos ossos, cujos sintomas citados por oncologistas são dor e inchaço nas articulações, e possibilidade de quebras de ossos com frequência.

 Nascido em Campinas e mudando para Itu ainda na infância, José Eduardo de Toledo Pereira tentou inicialmente ser atacante, mas no Ituano foi fixado na zaga. Em 1975 já integrava o elenco do Corinthians, e foi fixado como titular na temporada seguinte, em tempo de participar do jogo da invasão da torcida corintiana ao Maracanã, na semifinal do Campeonato Brasileiro contra o Fluminense.

 No começo do ano de 1978 ele sofreu fratura no rosto em choque com o saudoso atacante Enéas da Portuguesa, ficando afastado 50 dias da equipe. Já em novo título paulista do Corinthians novamente contra a Ponte Preta, em 1979, ele havia perdido o lugar para Amaral. Em seguida foi negociado com Botafogo (RJ).

 Depois jogou na Internacional de Limeira e Náutico (PE), antes de encerrar definitivamente a carreira em 1987. 

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