O nome do treinador de futebol Paulo Emílio só
voltou à mídia nacional em 16 de maio, quando foi anunciada a sua morte na
cidade de São José dos Campos (SP), aos 80 anos de idade. Aí informaram o
currículo dele, de pouco mais de 30 anos na função, com passagens em grandes
clubes como Santos, Vasco, Fluminense, Botafogo, Santa Cruz, Náutico, Bahia,
Vitória, Paysandu, Fortaleza, Goiás, Atlético Paranaense e passagens por
Portugal, Japão e Arábia Saudita em meados da década de 90, quando se aposentou.
Evidente que por desconhecerem a metodologia
de trabalho dele não citaram a opção pelo escanteio curto. O lance consiste em
troca de passes a partir da linha de fundo, e não necessariamente levantamento
de bola à área adversária. Se não foi ele o inventor desse estilo, sem dúvida
está entre aqueles que mais o incentivaram. E narradores de futebol do passado batizaram
a jogada de escanteio de ‘mangas curtas’.
Em 1975, no auge da carreira, quando comandou
a máquina do Fluminense montada pelo então presidente Francisco Horta, era
obrigatório o escanteio curto. Aquele timaço conquistou a Taça Guanabara na
decisão contra o América, quando o Estádio do Maracanã recebeu público de
96.035 pagantes.
A vitória por 1 a 0 na prorrogação foi caracterizada
com gol de falta do ex-meia Roberto Rivellino. Eis a equipe da época: Félix;
Toninho, Silveira, Edinho e Marco Antonio; Zé Mário, Cléber e Rivellino; Gil,
Manfrini e Zé Roberto.
Outra marca na carreira do treinador foi a
coragem para lançar garotos, o principal deles o centroavante Careca no
Guarani, aos 17 anos de idade, em 1977. Mesma idade foi do lançamento de Carlos
Alberto Barbosa, enquanto o lateral Rodrigues Neto subiu com 16 e o
lateral-direito Rosemiro aos 18 anos.
Essa atitude de Paulo Emílio tem tudo a ver
com o seu surgimento como treinador. Aos 26 anos de idade já comandava equipe e
compensava a falta de experiência com aprendizado teórico. Treinava
exaustivamente bola aérea ofensiva no primeiro pau, para que alguém escorasse
de cabeça visando complementação no segundo pau. De personalidade marcante, tinha
habilidade para influenciar amigos e contornar problemas de indisciplina no
elenco.
Na adolescência, o sonho dele era jogar
futebol profissionalmente, mas foi reprovado em teste no juvenil do Atlético
Mineiro. Com a mudança da família ao Rio de Janeiro, chegou a realizar
amistosos na zaga do time principal do Bonsucesso, mas teve que encerrar
precocemente a carreira por causa da asma.
No interior paulista Paulo Emílio trabalhou no
Guarani e Noroeste de Bauru. São anotadas passagens ainda por Remo (PA),
Nacional de Manaus e Criciúma (SC).
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