domingo, 14 de fevereiro de 2016

Lusa marcou carreira de Edu Marangon

 O meia Zico entrou para a história do Estádio do Maracanã como o maior artilheiro. Totalizou 333 gols em 435 partidas nas duas passagens pelo Flamengo e Seleção Brasileira. Por isso, quando terminou o reinado dele no clube carioca em 1989, com transferência para o Kashima Antiers do Japão, havia expectativa dos dirigentes de que o paulistano da Mooca Edu Marangon, recém saído do Porto, de Portugal, pudesse preencher a lacuna de forma satisfatória.
 Na prática, nem de longe o investimento para contratá-lo teve reflexo positivo. Participou de apenas 15 partidas com a camisa rubro-negra, marcou dois gols, e não deixou saudade. Esse histórico contrasta com o período de glória na Portuguesa, clube em que ainda é idolatrado mesmo tendo saído em 1988, com trajetória de quatro anos. Foi a fase de convocações à Seleção Brasileira, histórico de 21 jogos, e um gol na goleada por 5 a 0 sobre a Venezuela, pela Copa América de 1987.
 Quando a Lusa disputou o título do Campeonato Paulista de 1985, todas as fichas de seus torcedores foram depositadas no talento do meia Carlos Eduardo Maragon diante do São Paulo. Sabia-se que receberia marcação redobrada, mas a facilidade para bater na bola, de qualquer distância, dava esperança aos lusos de que pudesse decidir a partida em cobranças de faltas, uma de suas principais virtudes.
 O título ficou com o Tricolor paulistano naquela vitória por 2 a 1, em jogo presenciado por 99.025 pagantes no Estádio do Morumbi, mas na galeria de fotos da Portuguesa está destacada aquela equipe comandada por Jair Picerni e formada por Serginho, Luciano, Luís Pereira, Eduardo e Albéris; Célio, Toninho e Edu Marangon; Toquinho (Jorginho), Luís Muller e Esquerdinha. O treinador Tite, do Corinthians, igualmente integrava o elenco luso na época como atleta reserva.
 Por mísero um milhão de dólares o Torino tirou Edu da Lusa ainda em 1988. E a vida de cigano prosseguiu na temporada seguinte ao trocar a Itália por Portugal, sem contudo repetir no Porto o futebol projetado.
 De volta ao Brasil, além de Flamengo. outros grandes clubes na vida de Edu foram Santos, Palmeiras e Nacional do Uruguai. Depois passagem por Yokohama Flugels do Japão, Inter de Limeira, Coritiba e Bragantino.
 Bem que Edu Marangon quis se manter no futebol na função de treinador, mas não prosperou. Por isso conciliou a formação universitária em economia com a de publicidade da esposa para montar empresa de marketing esportivo.

 De vez em quando é lembrado para entrevistas. Uma delas, para o canal Fox Sports, sugeriu cinco minutos mano a mano com o chileno Valdívia, nos tempos de Palmeiras. “Diria pra ele ir embora logo. Esse aí roubou o Palmeiras. Se preparou seis meses no Palmeiras para disputar a Copa América. Ele usou o Palmeiras durante esse tempo aí. Sabe jogar? Sabe. Mas não é por aí”.

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