O meia Zico entrou para a história do Estádio
do Maracanã como o maior artilheiro. Totalizou 333 gols em 435 partidas nas
duas passagens pelo Flamengo e Seleção Brasileira. Por isso, quando terminou o
reinado dele no clube carioca em 1989, com transferência para o Kashima Antiers
do Japão, havia expectativa dos dirigentes de que o paulistano da Mooca Edu
Marangon, recém saído do Porto, de Portugal, pudesse preencher a lacuna de
forma satisfatória.
Na prática, nem de longe o investimento para
contratá-lo teve reflexo positivo. Participou de apenas 15 partidas com a
camisa rubro-negra, marcou dois gols, e não deixou saudade. Esse histórico
contrasta com o período de glória na Portuguesa, clube em que ainda é
idolatrado mesmo tendo saído em 1988, com trajetória de quatro anos. Foi a fase
de convocações à Seleção Brasileira, histórico de 21 jogos, e um gol na goleada
por 5 a 0
sobre a Venezuela, pela Copa América de 1987.
Quando a Lusa disputou o título do Campeonato
Paulista de 1985, todas as fichas de seus torcedores foram depositadas no
talento do meia Carlos Eduardo Maragon diante do São Paulo. Sabia-se que
receberia marcação redobrada, mas a facilidade para bater na bola, de qualquer
distância, dava esperança aos lusos de que pudesse decidir a partida em
cobranças de faltas, uma de suas principais virtudes.
O título ficou com o Tricolor paulistano naquela
vitória por 2 a
1, em jogo presenciado por 99.025 pagantes no Estádio do Morumbi, mas na
galeria de fotos da Portuguesa está destacada aquela equipe comandada por Jair
Picerni e formada por Serginho, Luciano, Luís Pereira, Eduardo e Albéris;
Célio, Toninho e Edu Marangon; Toquinho (Jorginho), Luís Muller e Esquerdinha.
O treinador Tite, do Corinthians, igualmente integrava o elenco luso na época
como atleta reserva.
Por mísero um milhão de dólares o Torino tirou
Edu da Lusa ainda em 1988. E a vida de cigano prosseguiu na temporada seguinte
ao trocar a Itália por Portugal, sem contudo repetir no Porto o futebol
projetado.
De volta ao Brasil, além de Flamengo. outros
grandes clubes na vida de Edu foram Santos, Palmeiras e Nacional do Uruguai.
Depois passagem por Yokohama Flugels do Japão, Inter de Limeira, Coritiba e
Bragantino.
Bem que Edu Marangon quis se manter no futebol
na função de treinador, mas não prosperou. Por isso conciliou a formação
universitária em economia com a de publicidade da esposa para montar empresa de
marketing esportivo.
De vez em quando é lembrado para entrevistas.
Uma delas, para o canal Fox Sports,
sugeriu cinco minutos mano a mano com o chileno Valdívia, nos tempos de
Palmeiras. “Diria pra ele ir embora logo. Esse aí roubou o Palmeiras. Se
preparou seis meses no Palmeiras para disputar a Copa América. Ele usou o
Palmeiras durante esse tempo aí. Sabe jogar? Sabe. Mas não é por aí”.
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