Entre as décadas de 60 e 90 o São Paulo contou
com três Nelsinhos. Primeiro o mineiro Nelson Matilde de Miranda, um
meia-direita franzino que desabrochou para o futebol no Guarani em 1964, e foi
destaque nacional naquela histórica goleada sobre o Santos por 5 a 1, em Campinas, quando
marcou um dos gols. Logo, cartolas são-paulinos projetaram reviver a dupla de
área bugrina de Nelsinho e Babá. Ambos foram contratados, com o meia-direita
chegando em 1967, sem contudo repetir o futebol que dele se esperava. Há
informações que, mesmo na iminência de completar 71 anos de idade, ainda
participa de ‘peladas’ com ex-jogadores.
Em 1971 chegou ao São Paulo Nelson Baptista,
lateral-direito revelado pela Ponte Preta em 1967, identificado apenas por
Nelson, trazido ao tricolor paulistano juntamente com os já falecidos zagueiro
Samuel e volante Teodoro, todos da Macaca. Paradoxalmente, este Nelson
incorporou o diminutivo Nelsinho quando ingressou na carreira de treinador no São
Bento, em 1985. E se hoje, aos 65 anos de idade, é um dos mais badalados
comandantes de equipes no futebol japonês - onde encontra-se há quase sete anos
-, como atleta sempre foi reconhecido como aplicado marcador de
ponteiros-esquerdos, com passagens ainda por Santos e Juventus.
Dos Nelsinho, o mais bem sucedido no São Paulo
foi o veloz lateral-esquerdo Nelson Luís Kerchnen, revelado pelo clube, a
exemplo de seu antecessor Gilberto Sorriso e sucessores André Luís, Fábio
Aurélio e Fábio Santos. Nelsinho aguardou pacientemente o encerramento do ciclo
de Marinho Chagas no biênio 1981/82, para ocupar de vez a posição na temporada
seguinte, embora tivesse estreado na equipe em setembro de 1979. Até 1992 ele
foi intocável entre os titulares, colecionando títulos paulistas, dois
brasileiros e uma Libertadores. No período, participou de 512 jogos, superado
apenas por Rogério Ceni, Waldir Peres, De Sordi, Roberto Dias, Teixerinha e
José Poy.
Na decisão do Brasileiro de 1986, em Campinas,
foi culpado pelo primeiro gol do Guarani. Nem por isso se abateu. A partida foi
definida através dos pênaltis e deu São Paulo.
A rigor, de 1985 a 87 a defesa são-paulina só
teve mudança na zaga-central, com revezamento de Oscar, Wagner Basílio e
Adílson. Nas demais posições jogavam Gilmar, Zé Teodoro, Dario Pereyra e
Nelsinho. Alternaram-se como volantes Márcio Araújo, Falcão e Bernardo, com
Pita e Silas completando o meio de campo. O ataque tinha Muller, Careca e
Sidney Trancinha.
A experiência de ser trocado por Leonardo para
defender o Flamengo em 1992 foi desastrosa. Uma lesão o impediu de atuar e só pôde
dar continuidade na carreira no Corinthians. Depois jogou dois anos no Japão,
no Kashiwa Reysol, e marcou 16 gols em 86 jogos. Por ora tenta ser treinador em
equipes da Grande São Paulo.
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