Há boleiros que custam a acreditar que a
carreira no futebol acabou. Sabem que as pernas já não respondem aos comandos
do cérebro, mas insistem. Já o zagueiro Aldair preferiu que o torcedor
brasileiro ficasse com a impressão de um consagrado tetracampeão mundial pela
Seleção Brasileira nos Estados Unidos, em 1994, ao abandonar o futebol em plena
forma.
Esse baiano de Ilhéus, lançado no time do
Flamengo em 1986, logo ganhou admiradores. Das qualidades exigidas para
zagueiros, Aldair Nascimento dos Santos, 49 anos de idade, tinha velocidade,
raramente era driblado, se adaptava a quaisquer dos lados da zaga, sobressaía-se
no jogo aéreo e mostrava qualidade no passe.
Não fossem essas virtudes jamais disputaria 13
temporadas como titular intocável da Roma, da Itália. Apesar disso, ainda teve
que engolir seco a bobagem dita pelo presidente Franco Sensi, do clube
italiano, em 2002, de que ele era velho para continuar no time.
Na época, com 36 anos de idade e retrospecto
superior a 300 partidas pela Roma, Aldair se irritou, mas fez questão de provar
em campo que Sensi havia se precipitado. Até então, a sua biografia mostrava
títulos e regularidade.
Em 1987 Aldair foi campeão da Copa União pelo
Flamengo. Dois anos depois saboreou a conquista da Copa América pela Seleção
Brasileira, sediada pelo País. Já em 1990, além da transferência para o
Benfica, de Portugal, também integrou o selecionado brasileiro na Copa da
Itália. Depois, a Roma entrou em sua vida e quis o destino, em 1994, que fosse
chamado pelo técnico Carlos Alberto Parreira à Seleção Brasileira por causa de
uma contusão do zagueiro Mozer, antigo companheiro de Flamengo.
De certo, a maioria já esqueceu que o time
tetracampeão foi formado por Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e
Branco; Mauro Silva, Mazinho, Dunga e Zinho; Bebeto e Romário. O ex-goleiro
Gilmar Grimaldi - hoje coordenador de futebol do selecionado - era reserva, a
exemplo do lateral Cafu, meia Paulo Sérgio, atacante Viola e zagueiro Ronaldão,
entre outros.
Na época, o predestinado Aldair foi uma grata
surpresa. Com a contusão de Ricardo Rocha, foi titular daquela Copa nos Estados
Unidos ao lado de Márcio Santos, hoje radicado em Santa Catarina ,
onde administra seu shopping no balneário de Camburiú, adquirido com parte do
dinheiro ganho nas passagens por Inter (RS), São Paulo, Fiorentina da Itália,
Bordeaux da França, Ajax da Holanda, futebol do Catar e até no antigo Etti
Jundiaí (hoje Paulista), onde também fez bom contrato.
Aldair foi absoluto no selecionado até 1998,
na Copa da França, quando participou de um grupo questionável como a do goleiro
Carlos Germano, lateral-direito Zé Carlos, zagueiro Gonçalves e volante Doriva.
Hoje, pode-se dizer que Aldair ‘está com o burro na sombra’, mas não quer se manter
distante do futebol.
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