Na antevéspera do Natal o treinador Narciso
dos Santos - sem clubes - vai completar 42 anos de idade, com histórico de quem
venceu a leucemia mielóide crônica (câncer no sangue) em 2003, nos tempos de
jogador polivalente. Indistintamente atuava quer no miolo da zaga, quer como
primeiro volante na equipe do Santos. A volta aos gramados ocorreu em partida
contra o Coritiba, na capital paranaense, pelo Campeonato Brasileiro.
A doença, diagnosticada três anos antes,
implicou em risco de morte. Médicos projetaram que teria de 30% a 40% de
chances de sobreviver. Por isso se submeteu a sessões de quimioterapia até que uma
das irmãs fosse doadora de transplante.
Grato pela benção recebida, Narciso promove
jogos beneficentes para entidades de Santos, e, como exemplo de fé e superação,
frequentemente é requisitado para palestras a pessoas vitimadas de doenças
graves. Ao repetir a sua heróica história de perseverança, estimula pacientes. Nem
por isso deixa de esclarecer que o transplantado é monitorado pelo resto de sua
vida. Habitualmente também grava vídeos para propagar o Dia Nacional do Doador
de Órgãos em 27 de setembro.
Qualquer transplantado fica mais debilitado e
exposto a enfermidades. Todavia, no caso específico de Narciso, o que pesou na
decisão de encerrar a carreira em 2004 foi ter jogado apenas cinco vezes em
seis meses após a cirurgia. Ficava incomodado com a reserva determinada pelo
treinador Vanderlei Luxemburgo.
Restou, portanto, a biografia de um sergipano nascido
em Neópolis, 1,84m de altura, com rápidas passagens por Corinthians de Alagoas
e Paraguaçuense (SP), antes de se transferir ao Santos em 1994. Dois anos
depois foi medalha de bronze na seleção olímpica do Brasil em Atlanta, nos Estados
Unidos, e atuou oito vezes na seleção principal, entre 1995 e 1998.
Também atuou na decisão do Campeonato
Brasileiro de 1995 contra o Botafogo do Rio, e ainda contesta a arbitragem de
Márcio Rezende de Freitas, que prejudicou o Santos e resultou no
vice-campeonato. O time era formado por Edinho; Marquinho Capixaba, Ronaldo
Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Giovanni, Robert e Jamelli;
Camanducaia e Marcelo Passos. No biênio 1999-2000 foi emprestado ao Flamengo. Na
volta ao Peixe foi adaptado à função de volante.
Como treinador, foi auxiliar de Márcio
Fernandes no elenco de juniores do Santos. Efetivado no cargo, alcançou o
vice-campeonato da Copa São Paulo de Júnior em 2010. No Corinthians, na mesma
competição, conquistou o título dois anos depois. Entre equipes profissionais, no
interior paulista, levou o Penapolense à semifinal do Paulistão de 2014, após
eliminar o São Paulo. Por fim, o histórico de campanha discreta no Linense. Nos
últimos meses optou por estágio no Santos com o treinador Dorival Júnior.
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