segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Narciso, um exemplo de superação

 Na antevéspera do Natal o treinador Narciso dos Santos - sem clubes - vai completar 42 anos de idade, com histórico de quem venceu a leucemia mielóide crônica (câncer no sangue) em 2003, nos tempos de jogador polivalente. Indistintamente atuava quer no miolo da zaga, quer como primeiro volante na equipe do Santos. A volta aos gramados ocorreu em partida contra o Coritiba, na capital paranaense, pelo Campeonato Brasileiro.
 A doença, diagnosticada três anos antes, implicou em risco de morte. Médicos projetaram que teria de 30% a 40% de chances de sobreviver. Por isso se submeteu a sessões de quimioterapia até que uma das irmãs fosse doadora de transplante.
 Grato pela benção recebida, Narciso promove jogos beneficentes para entidades de Santos, e, como exemplo de fé e superação, frequentemente é requisitado para palestras a pessoas vitimadas de doenças graves. Ao repetir a sua heróica história de perseverança, estimula pacientes. Nem por isso deixa de esclarecer que o transplantado é monitorado pelo resto de sua vida. Habitualmente também grava vídeos para propagar o Dia Nacional do Doador de Órgãos em 27 de setembro.
 Qualquer transplantado fica mais debilitado e exposto a enfermidades. Todavia, no caso específico de Narciso, o que pesou na decisão de encerrar a carreira em 2004 foi ter jogado apenas cinco vezes em seis meses após a cirurgia. Ficava incomodado com a reserva determinada pelo treinador Vanderlei Luxemburgo.
 Restou, portanto, a biografia de um sergipano nascido em Neópolis, 1,84m de altura, com rápidas passagens por Corinthians de Alagoas e Paraguaçuense (SP), antes de se transferir ao Santos em 1994. Dois anos depois foi medalha de bronze na seleção olímpica do Brasil em Atlanta, nos Estados Unidos, e atuou oito vezes na seleção principal, entre 1995 e 1998.
 Também atuou na decisão do Campeonato Brasileiro de 1995 contra o Botafogo do Rio, e ainda contesta a arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, que prejudicou o Santos e resultou no vice-campeonato. O time era formado por Edinho; Marquinho Capixaba, Ronaldo Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Giovanni, Robert e Jamelli; Camanducaia e Marcelo Passos. No biênio 1999-2000 foi emprestado ao Flamengo. Na volta ao Peixe foi adaptado à função de volante.

 Como treinador, foi auxiliar de Márcio Fernandes no elenco de juniores do Santos. Efetivado no cargo, alcançou o vice-campeonato da Copa São Paulo de Júnior em 2010. No Corinthians, na mesma competição, conquistou o título dois anos depois. Entre equipes profissionais, no interior paulista, levou o Penapolense à semifinal do Paulistão de 2014, após eliminar o São Paulo. Por fim, o histórico de campanha discreta no Linense. Nos últimos meses optou por estágio no Santos com o treinador Dorival Júnior.

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