Tiba, ponteiro-direito com passagens por
Vasco, Guarani, Portuguesa e Corinthians nos anos 90, tinha o hábito de faltar
em dias programados para reapresentação de jogadores. Desculpas de ônibus quebrado
no caminho e morte de avós já não colavam.
Atacante Adriano, o
imperador, escancarava seus atos de indisciplina e nem que quisesse mentir não
podia. Era baladeiro incorrigível e por isso arrumou incontáveis confusões ao
longo da carreira. Até no Inter de Milão provocou sumiço de três dias em 2009.
Enquanto atleta profissional, o último registro de indisciplina foi falta a
treino do Atlético Paranaense para assistir show da cantora Anita no Rio de
Janeiro, em 2014.
No mesmo ano, o atacante Jô participou da Copa
do Mundo de 2014, mas a boa fase foi efêmera. Ficou com imagem de baladeiro que
faltava em treinos no Atlético Mineiro.
No quesito sumiço de treinos, difícil imaginar
que o título de recordista não esteja com o ex-zagueiro Válber, bicampeão da
Libertadores e Mundial de Clubes pelo São Paulo no biênio 1992-93. Como o
repertório de desculpas havia se esgotado, o saudoso treinador Telê Santana só
o tolerava porque considerava-o utilíssimo ao time são-paulino. Se preciso, Válber
não estranhava improvisações nas laterais. Não havia queda de rendimento se
escalado como volante. Todavia, era na zaga que se sobressaía. Compensava a
estatura de 1,76m de altura, inadequada à posição, pela invejável impulsão.
Também tinha excelente colocação para o jogo aéreo. No chão era fantástico. Raramente
o driblavam. E ao desarmar o adversário, geralmente antecipando-o, limpava a
jogada e se aventurar com bola dominada ao campo de ataque.
Aquelas virtudes foram comprovadas no bicampeonato
do mundial, na vitória por 3 a
2 sobre o Milan, no Japão, num time formado por Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e
André Luiz; Doriva, Dinho, Cerezo e Leonardo; Palhinha e Muller.
Evidente que jogador com citadas virtudes
teria lugar certo na Seleção Brasileira, e Válber cumpriu o histórico de 12
partidas no selecionado. O desligamento foi originado pela rebeldia em 1993,
após fugir da concentração.
Antes de se destacar no São Paulo, a biografia
de Válber mostrava passagens recomendáveis por Vasco e Botafogo. Assim, quando a
imagem ficou desgastada no elenco são-paulino, o Flamengo ignorou os problemas
extra-campo e bancou a contratação por empréstimo. Na prática, não houve a
repetição do futebol de São Paulo e por isso foi devolvido.
Sem espaço para reintegração no São Paulo, a
transferência para o Vasco fez-lhe bem. Em 1997, improvisado na
lateral-direita, conquistou o título do Campeonato Brasileiro, num time formado
por Carlos Germano; Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Luisinho, Nasa,
Juninho Pernambucano e Ramon; Edmundo e Evair. Válber ainda passou pelo
Fluminense.
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