Pode-se dizer que o goleiro Barbosinha, com
passagem pelo Corinthians basicamente em 1967, morreu duas vezes. A primeira foi
no futebol, após acusações de ter sido responsável direto pela derrota para o
Palmeiras por 2 a
0, no dia 17 de novembro daquela temporada, no Estádio do Pacaembu. A morte
física ocorreu no dia 20 de outubro passado aos 74 anos de idade, na capital
paulista, vítima de câncer.
Barbosinha surgiu no Corinthians após fase de
instabilidade dos goleiros Mário, Heitor, Cabeção e Marcial em 1966. Na prática
ele nunca se firmou como titular, alternando-se na meta corintiana com Marcial.
Por isso, segundo o almanaque do clube, totalizou apenas 34 jogos com a camisa
corintiana, um dos últimos deles naquela fatídica derrota para o Verdão, quando
o saudoso presidente Wadih Helu o acusou diretamente pelos dois gols de faltas marcados
pelo atacante palmeirense Tupãzinho, também falecido, em partida apitada por
Olten Aires de Abreu.
Na prática a postura do dirigente foi um
desserviço prestado ao Corinthians na trajetória de dez anos como presidente, a
partir de 1961. Apesar disso, seu prestígio com o torcedor corintiano só foi
abalado com a torcida organizada Gaviões da Fiel, pela resistência para que se
criasse a facção.
Paralelamente à atividade clubística, Wadih
atingiu a 13ª legislatura na Assembléia Legislativa de São Paulo, inicialmente
eleito pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido político atrelado do
governo federal no período da ditadura militar. Ele morreu em 2011 aos 89 anos
de idade.
Convenhamos, todavia, que Barbosinha esteve
longe de ser o goleiro ideal para o Corinthians, embora rotulado de ‘Nego
Gato’, apelido parodiando título de música do cantor Roberto Carlos. Na época ele
era mais citado pelos saltos e semelhança física com o goleiro Barbosa da
Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, culpado pelos gols sofridos e
marginalizado perda do título no Estádio do Maracanã, com a derrota para o
Uruguai por 2 a
1.
Na temporada de 1967 o time do Corinthians
mandava jogos no Estádio Alfredo Schurig, o Parque São Jorge, era comandado
pelo saudoso treinador Zezé Moreira, e formado por Barbosinha (Marcial);
Galhardo (Jair Marinho), Ditão, Clóvis e Maciel; Dino Sani e Rivellino;
Bataglia, Nair, Flávio e Gilson Porto.
Com espaço encurtado no Corinthians,
Barbosinha seguiu trajetória no Atlético Paranaense que havia montado time de
medalhões, entre eles o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, volante
Zequinha e ponteiro-direito Gildo. Depois Barbosinha passou discretamente pelo Tiradentes
do Piauí antes de encerrar a carreira e fixar residência novamente em São Paulo , onde se
aposentou exercendo a função de fiscal da prefeitura com o crachá indicando o
verdadeiro nome de Lourival de Almeida Filho.
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