domingo, 1 de novembro de 2015

Adeus a Barbosinha, goleiro queimado no Corinthians

 Pode-se dizer que o goleiro Barbosinha, com passagem pelo Corinthians basicamente em 1967, morreu duas vezes. A primeira foi no futebol, após acusações de ter sido responsável direto pela derrota para o Palmeiras por 2 a 0, no dia 17 de novembro daquela temporada, no Estádio do Pacaembu. A morte física ocorreu no dia 20 de outubro passado aos 74 anos de idade, na capital paulista, vítima de câncer.
 Barbosinha surgiu no Corinthians após fase de instabilidade dos goleiros Mário, Heitor, Cabeção e Marcial em 1966. Na prática ele nunca se firmou como titular, alternando-se na meta corintiana com Marcial. Por isso, segundo o almanaque do clube, totalizou apenas 34 jogos com a camisa corintiana, um dos últimos deles naquela fatídica derrota para o Verdão, quando o saudoso presidente Wadih Helu o acusou diretamente pelos dois gols de faltas marcados pelo atacante palmeirense Tupãzinho, também falecido, em partida apitada por Olten Aires de Abreu.
 Na prática a postura do dirigente foi um desserviço prestado ao Corinthians na trajetória de dez anos como presidente, a partir de 1961. Apesar disso, seu prestígio com o torcedor corintiano só foi abalado com a torcida organizada Gaviões da Fiel, pela resistência para que se criasse a facção.
 Paralelamente à atividade clubística, Wadih atingiu a 13ª legislatura na Assembléia Legislativa de São Paulo, inicialmente eleito pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido político atrelado do governo federal no período da ditadura militar. Ele morreu em 2011 aos 89 anos de idade.
 Convenhamos, todavia, que Barbosinha esteve longe de ser o goleiro ideal para o Corinthians, embora rotulado de ‘Nego Gato’, apelido parodiando título de música do cantor Roberto Carlos. Na época ele era mais citado pelos saltos e semelhança física com o goleiro Barbosa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, culpado pelos gols sofridos e marginalizado perda do título no Estádio do Maracanã, com a derrota para o Uruguai por 2 a 1.
 Na temporada de 1967 o time do Corinthians mandava jogos no Estádio Alfredo Schurig, o Parque São Jorge, era comandado pelo saudoso treinador Zezé Moreira, e formado por Barbosinha (Marcial); Galhardo (Jair Marinho), Ditão, Clóvis e Maciel; Dino Sani e Rivellino; Bataglia, Nair, Flávio e Gilson Porto.
 Com espaço encurtado no Corinthians, Barbosinha seguiu trajetória no Atlético Paranaense que havia montado time de medalhões, entre eles o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, volante Zequinha e ponteiro-direito Gildo. Depois Barbosinha passou discretamente pelo Tiradentes do Piauí antes de encerrar a carreira e fixar residência novamente em São Paulo, onde se aposentou exercendo a função de fiscal da prefeitura com o crachá indicando o verdadeiro nome de Lourival de Almeida Filho.


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