Outrora comissões técnicas de futebol eram
enxutas: treinador, preparador físico, supervisor e preparador de goleiros.
Hoje os três primeiros têm auxiliares e o grupo de profissionais que respaldam
boleiros foi ampliado com jornalista, nutricionista, fisiologista, psicólogo e
uma equipe médica geralmente com três integrantes.
A ampliação do quadro de profissionais é
justificada pela modernidade do futebol, mas os dirigentes fingem não ouvir
reiteradas cobranças do ex-atacante flamenguista Nunes sobre criação do cargo
de preparador de atacantes. Apesar da rejeição, continuam reclamando dos tais
gols incríveis perdidos por seus jogadores.
Nunes havia proposto que ex-atacantes talhados
para empurrar a bola na rede pudessem transmitir à atual geração detalhes
fundamentais que os consagraram no passado. E neste contexto de transmissão de
experiência não é exagero inserir o ex-centroavante Paulo César Vieira,
paulista de Iguaçu do Tietê, 1,80m de altura, que carimbou a assinatura de
Paulinho McLaren em março de 1991 por causa de comemoração de gol santista
imitando piloto de carro de Fórmula 1, uma semana após vitória de seu ídolo, o
falecido Ayrton Senna.
Paulinho McLaren marcou gols de todo jeito.
Foram 483 em 18 anos de carreira, decolada quando já estava rodado na bola.
Passou a ser notado em 1989 nas passagens por Atlético Paranaense e Figueirense.
Depois, registro para a trajetória em grandes clubes como Santos, marcada por
artilharia no Campeonato Brasileiro de 1991, com 15 gols.
Foi o bastante para que o futebol português
viesse buscá-lo. E em duas temporadas pelo Futebol Clube do Porto a resposta
foi medalha de artilheiro da Super Copa de Portugal pelo Porto. Nem por isso
quis ficar por lá e aceitou proposta para jogar na Portuguesa em 1994, quando
ratificou a fama de artilheiro no Paulistão da temporada seguinte, com 20 gols.
O último bom momento na carreira dele foi no
Cruzeiro até 1997, com a marca de 22 gols em 53 partidas. Foi lá que a
irreverência na comemoração de gols provocou tremenda polêmica em vitória sobre
o rival Atlético, quando imitou uma galinha.
Paradoxalmente passou pelo Galo mineiro ano seguinte sem marcar um gol
sequer nas dez partidas disputadas, período em que seu futebol havia sucumbido
e assim se arrastou até o encerramento da carreira em 1999 no Santa Cruz.
Paulinho McLaren não conseguiu ficar fora do
meio e arriscou empresariar jogadores. Todavia, nas reflexões sobre a
trajetória difícil de início de carreira de atleta no interior paulista, a
partir de 1989, por Bandeirantes de Birigui, Serra Negra, Sãocarlense,
Comercial, Barretos e Votuporanguense, decidiu enfrentar o desafio na função de
treinador. E o histórico é ‘rodagem’ pelo interior de São Paulo e Uberaba sem
que desse o salto para equipes de maior expressão.
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