segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Paulinho McLaren, 483 gols na carreira

 Outrora comissões técnicas de futebol eram enxutas: treinador, preparador físico, supervisor e preparador de goleiros. Hoje os três primeiros têm auxiliares e o grupo de profissionais que respaldam boleiros foi ampliado com jornalista, nutricionista, fisiologista, psicólogo e uma equipe médica geralmente com três integrantes.
 A ampliação do quadro de profissionais é justificada pela modernidade do futebol, mas os dirigentes fingem não ouvir reiteradas cobranças do ex-atacante flamenguista Nunes sobre criação do cargo de preparador de atacantes. Apesar da rejeição, continuam reclamando dos tais gols incríveis perdidos por seus jogadores.
 Nunes havia proposto que ex-atacantes talhados para empurrar a bola na rede pudessem transmitir à atual geração detalhes fundamentais que os consagraram no passado. E neste contexto de transmissão de experiência não é exagero inserir o ex-centroavante Paulo César Vieira, paulista de Iguaçu do Tietê, 1,80m de altura, que carimbou a assinatura de Paulinho McLaren em março de 1991 por causa de comemoração de gol santista imitando piloto de carro de Fórmula 1, uma semana após vitória de seu ídolo, o falecido Ayrton Senna.
 Paulinho McLaren marcou gols de todo jeito. Foram 483 em 18 anos de carreira, decolada quando já estava rodado na bola. Passou a ser notado em 1989 nas passagens por Atlético Paranaense e Figueirense. Depois, registro para a trajetória em grandes clubes como Santos, marcada por artilharia no Campeonato Brasileiro de 1991, com 15 gols.
 Foi o bastante para que o futebol português viesse buscá-lo. E em duas temporadas pelo Futebol Clube do Porto a resposta foi medalha de artilheiro da Super Copa de Portugal pelo Porto. Nem por isso quis ficar por lá e aceitou proposta para jogar na Portuguesa em 1994, quando ratificou a fama de artilheiro no Paulistão da temporada seguinte, com 20 gols.
 O último bom momento na carreira dele foi no Cruzeiro até 1997, com a marca de 22 gols em 53 partidas. Foi lá que a irreverência na comemoração de gols provocou tremenda polêmica em vitória sobre o rival Atlético, quando imitou uma galinha.  Paradoxalmente passou pelo Galo mineiro ano seguinte sem marcar um gol sequer nas dez partidas disputadas, período em que seu futebol havia sucumbido e assim se arrastou até o encerramento da carreira em 1999 no Santa Cruz.

 Paulinho McLaren não conseguiu ficar fora do meio e arriscou empresariar jogadores. Todavia, nas reflexões sobre a trajetória difícil de início de carreira de atleta no interior paulista, a partir de 1989, por Bandeirantes de Birigui, Serra Negra, Sãocarlense, Comercial, Barretos e Votuporanguense, decidiu enfrentar o desafio na função de treinador. E o histórico é ‘rodagem’ pelo interior de São Paulo e Uberaba sem que desse o salto para equipes de maior expressão.

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