domingo, 9 de agosto de 2015

Geraldão, centroavante raçudo e goleador

 Está eternizada na cultura brasileira a troca do ‘ele’ pelo ‘erre’ em prenomes de pessoas. Se o cartório registra o recém nascido como Geraldo, irremediavelmente logo ele será identificado por Gerardo. E alguns anos depois, mesmo que o indivíduo não seja enorme será chamado pelo aumentativo: Gerardão.
 Claro que o centroavante Geraldo da Silva, nascido em julho de 1949, que fez sucesso no Corinthians na década de 70 e no Inter (RS) nos anos 80, seria mais um Gerardão, até porque valia-se da caixa torácica avantajada para trombar com a ‘becaiada’ e marcar gols.
 Gerardão entrou para a história dos ‘grenais’ como autor de cinco gols pelo Inter em dois confrontos decisivos pelo hexagonal regional de 1982, ano em que ele comemorou o título estadual. No primeiro marcou dois gols na vitória por 2 a 0, no Estádio Beira-Rio. Depois, outros três gols em pleno Estádio Olímpico, quando o seu time venceu por 3 a 1, com gols em que repartiu a bola com zagueiros quer no chão, quer pelo alto.
 Quis o destino que Geraldão detonasse o clube que o rejeitou, visto que na temporada anterior havia sido emprestado ao Grêmio e os cartolas não renovaram o contrato após passagem de três meses, apesar da forte campanha feita pelo jornalista Paulo San’tana para que permanecesse. Os gremistas preferiram apostar as fichas em Baltazar, o artilheiro de Deus.
 Geraldão foi um caneleiro assumido, até porque não precisava de habilidade para se consagrar. Como os típicos centroavantes de outrora tinha o faro de gol e foi artilheiro do “gauchão’ de 1982 com 20 gols, num time formado com Benitez; Edvaldo, Mauro Pastor, Mauro Galvão e André Luís; Ademir Kaefer, Cléo e Rubens Paz; Sílvio, Geraldão e Silvinho.
 Também artilheiro Geraldão foi do Paulistão de 1977 pelo Corinthians, ano do desjejum de título após 22 anos, na decisão contra a Ponte Preta. Eis o time comandado pelo treinador Oswaldo Brandão: Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano Calhoada (Palhinha); Vaguinho, Geraldão e Romeu.
 Daquela formação só houve mexida basicamente em duas posições no ano anterior, quando o Corinthians provocou invasão de 70 mil torcedores ao Estádio do Maracanã para o jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro contra o Fluminense. Zé Eduardo era o quarto-zagueiro e Givanildo volante.

 Chegando ao Corinthians em 1975, o estilo raçudo de Geraldão agradou a torcida. Apesar disso, em 1978 foi emprestado o Juventus e voltou ao Timão no ano seguinte para reviver a dupla de ataque com Sócrates, de Botafogo de Ribeirão Preto. Todavia, a história dele no Corinthians durou mais um ano e a sequência foi no futebol gaúcho. Depois, a trajetória foi descendente até o encerramento da carreira em 1989 no Garça, mas ele continua ligado ao meio como professor de escolinha em São Paulo.

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