Está eternizada na cultura brasileira a troca
do ‘ele’ pelo ‘erre’ em prenomes de pessoas. Se o cartório registra o recém
nascido como Geraldo, irremediavelmente logo ele será identificado por Gerardo.
E alguns anos depois, mesmo que o indivíduo não seja enorme será chamado pelo aumentativo:
Gerardão.
Claro que o centroavante Geraldo da Silva, nascido
em julho de 1949, que fez sucesso no Corinthians na década de 70 e no Inter
(RS) nos anos 80, seria mais um Gerardão, até porque valia-se da caixa torácica
avantajada para trombar com a ‘becaiada’ e marcar gols.
Gerardão entrou para a história dos ‘grenais’
como autor de cinco gols pelo Inter em dois confrontos decisivos pelo hexagonal
regional de 1982, ano em que ele comemorou o título estadual. No primeiro marcou
dois gols na vitória por 2 a
0, no Estádio Beira-Rio. Depois, outros três gols em pleno Estádio
Olímpico , quando o seu time venceu por 3 a 1, com gols em que repartiu
a bola com zagueiros quer no chão, quer pelo alto.
Quis o destino que Geraldão detonasse o clube
que o rejeitou, visto que na temporada anterior havia sido emprestado ao Grêmio
e os cartolas não renovaram o contrato após passagem de três meses, apesar da
forte campanha feita pelo jornalista Paulo San’tana para que permanecesse. Os
gremistas preferiram apostar as fichas em Baltazar, o artilheiro de Deus.
Geraldão foi um caneleiro assumido, até porque
não precisava de habilidade para se consagrar. Como os típicos centroavantes de
outrora tinha o faro de gol e foi artilheiro do “gauchão’ de 1982 com 20 gols,
num time formado com Benitez; Edvaldo, Mauro Pastor, Mauro Galvão e André Luís;
Ademir Kaefer, Cléo e Rubens Paz; Sílvio, Geraldão e Silvinho.
Também artilheiro Geraldão foi do Paulistão de
1977 pelo Corinthians, ano do desjejum de título após 22 anos, na decisão
contra a Ponte Preta. Eis o time comandado pelo treinador Oswaldo Brandão:
Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano
Calhoada (Palhinha); Vaguinho, Geraldão e Romeu.
Daquela formação só houve mexida basicamente
em duas posições no ano anterior, quando o Corinthians provocou invasão de 70
mil torcedores ao Estádio do Maracanã para o jogo da semifinal do Campeonato
Brasileiro contra o Fluminense. Zé Eduardo era o quarto-zagueiro e Givanildo
volante.
Chegando ao Corinthians em 1975, o estilo
raçudo de Geraldão agradou a torcida. Apesar disso, em 1978 foi emprestado o
Juventus e voltou ao Timão no ano seguinte para reviver a dupla de ataque com
Sócrates, de Botafogo de Ribeirão Preto. Todavia, a história dele no
Corinthians durou mais um ano e a sequência foi no futebol gaúcho. Depois, a
trajetória foi descendente até o encerramento da carreira em 1989 no Garça, mas
ele continua ligado ao meio como professor de escolinha em São Paulo.
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